Ministro do Ambiente pondera dessalinização da água do mar para abastecer Algarve
Preço da produção já foi reduzido e, por isso, a solução está em cima da mesa.
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O Ministério do Ambiente quer ter pronto, no mês de março, o Plano de Eficiência Hídrica do Algarve e Alentejo. Num encontro sobre alterações climáticas, em Loulé, João Pedro Matos Fernandes salientou que todas as soluções são válidas para ultrapassar a falta de água.
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No Algarve, região onde pouco tem chovido e a falta de água já alarma os poderes públicos, João Pedro Matos Fernandes afasta a ideia de uma nova barragem pedida pelos autarcas e defende a construção de projetos mais pequenos. "Não é com mais barragens que se vai resolver a situação", garante.
"Temos em cima da mesa dois projetos que estão a ser avaliados, um na ribeira de Monchique, outro na Foupana [sotavento do Algarve] e também a hipótese de dessalinização."
Matos Fernandes afirma que não podemos esperar que a meteorologia ajude e faça cair água do céu. Por isso, se a dessalinização da água do mar era, até há pouco tempo, uma ideia afastada pelo Governo devido ao preço excessivo da eletricidade que iria encarecer substancialmente esta solução, o ministro do Ambiente pondera agora essa proposta.
O governante sublinha que, através de um leilão de energia solar, já foi possível baixar o preço da produção por megawatt-hora de mais de 50 euros para uma média de 20 euros. Por esse motivo, dessalinizar água para consumo humano pode ser uma solução de futuro.
"Podemos olhar para a dessalinização como uma solução muito mais barata e os estudos estão a ser feitos." Matos Fernandes adianta que "se conseguirmos ter água a partir da água salgada produzida com um preço de mercado, temos mesmo que considerar essa solução".
Quanto ao futuro, o ministro sublinha ainda que tem que existir um compromisso de populações, autarcas e do setor da agricultura para uma melhor gestão da água em regiões onde as alterações climáticas são mais visíveis.
Vários autarcas do Algarve vão deslocar-se ainda esta segunda-feira a Valência e Madrid, onde irão visitar experiências dos vizinhos espanhóis tanto na dessalinização da água como na sua reintrodução no consumo humano após o seu tratamento pelas ETARS.