"Ministro não pediu exoneração." Marcelo fala sobre SEF, Natal e possível reeleição
Chefe de Estado revelou que considera que o "número ideal" de pessoas que devem estar sentadas à mesa no Natal é de cinco. Sobre o SEF, não quis dizer como candidato mais do que "pode e deve" como Presidente.
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Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta segunda-feira que espera um segundo mandato mais difícil, se for reeleito Presidente da República, identificando "mais pulverização" no sistema partidário, à esquerda e à direita, mas afastou uma crise política em 2021. Mas a polémica em torno do SEF e do ministro da Administração Interna não ficou esquecida.
Em entrevista à TVI, questionado sobre se Eduardo Cabrita se devia demitir depois do caso da morte de Ihor Homeniuk às mãos do SEF, o chefe de Estado lembrou que neste caso, ao contrário do que aconteceu na crise dos incêndios, ninguém apresentou a demissão. Marcelo, como Presidente, mais não diz.
"O candidato só pode e deve dizer aquilo que pode e deve dizer enquanto Presidente da República", notou Marcelo Rebelo de Sousa. "O senhor ministro da Administração Interna não pediu exoneração, o senhor primeiro-ministro não propôs exoneração", notou enquanto Presidente da República, estabelecendo uma comparação com a saída de Constança Urbano de Sousa, que pediu a exoneração do cargo de ministra após os incêndios de 2017.
"Não tenho conhecimento de pedido de exoneração nem de proposta de exoneração do senhor ministro", insistiu o chefe de Estado.
Questionado se admite que não foi tão duro agora com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, como com a sua antecessora neste cargo, Constança Urbano de Sousa, face aos incêndios, em outubro de 2017, o chefe de Estado discordou dessa leitura.
"Não, eu usei até uma expressão, eu usei no outro dia em Belém uma expressão que era paralela a essa, num plano diferente", contrapôs.
Antes, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que em 2017 defendeu que "valia a pena pensar se quem no plano da Administração Pública exercia funções que tinham conduzido a certo resultado eram as pessoas indicadas para a mudança", falando então em geral na Administração Pública.
Quantos à mesa? Cinco
Cinco é sensato. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que é esse o número máximo de pessoas que devem sentar-se numa mesma mesa à ceia de Natal, um limite que o próprio garantiu tentar respeitar nas suas festas natalícias.
O Natal de Marcelo Rebelou de Sousa, revelou, começa no dia 23 com um "almoço fora num restaurante" com parte da família, um grupo de "ligeiramente mais do que cinco, que ficam em duas mesas com não mais do que cinco e espaçadas".
Segue-se um jantar também no dia 23, "com irmãos e cunhadas, também cinco". No dia 24 há jantar "com outra parte da família, também cinco".
E, se no dia 25 não há nenhum almoço ou jantar na agenda de Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 26 há uma dúvida.
"São sete e, como não é a minha casa e não sou eu que promovo, estou com dúvidas sobre como vão arrumar. Para mim, o número ideal para estar sentados à mesa são cinco", reforçou o Presidente da República antes de deixar um apelo: "Não estraguem aquilo que se está a fazer e os números que temos conseguido com muito esforço quando ainda há stress no Serviço Nacional de Saúde."
Segundo mandato "mais difícil" mas sem crises políticas
Sobre um possível segundo mandato em Belém, Marcelo Rebelo de Sousa admite que "vai ser mais difícil, se for atribuído pelos portugueses", referindo que não sabe quando acabará a pandemia de Covid-19 e qual a duração e profundidade da crise económica e social.
Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que, "quanto mais longo for tudo isto, maior a desigualdade entre os portugueses", realçando que "esse é um fator que está a agravado".
"E quanto maior for isto tudo, maior o stresse do sistema político. Ora, o sistema político, quando eu entrei, tinha um fator de stresse, que eram dois hemisférios que não se podiam ver um ao outro, ambos achavam que tinham legitimidade para governar o país. Agora é mais do que isso: os hemisférios existem, só que dentro dos hemisférios há mais parceiros, há mais protagonistas, há mais pulverização", acrescentou.
Segundo o Presidente recandidato, "portanto, é mais difícil a sustentabilidade da área de esquerda no poder e é mais complexa a construção de uma alternativa de direita na oposição".
Questionado se lhe passa pela cabeça a possibilidade de no próximo ano haver eleições legislativas antecipadas, respondeu: "Não, Isso não passa".
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que o Orçamento do Estado para 2021 foi aprovado, que no primeiro semestre Portugal terá a presidência da União Europeia e que depois haverá eleições autárquicas.
"E logo a seguir há o debate interno nos partidos pelo termo do mandato de muitas lideranças. O que significa que não é desejável e não é previsível nenhuma crise em 2021", concluiu.