Ministro reafirma que apoios aos agricultores afetados pelos fogos chegam na próxima semana. CAP espera processo "rápido"
O ministro da Agricultura promete um processo "rápido e sério". Já em declarações à TSF, Luís Mira, presidente da Confederação dos Agricultores, espera que o anúncio feito pelo governante seja correto, porque já há reclamações de vários agricultores
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O ministro da Agricultura reafirmou, na segunda-feira, a intenção do Governo em começar a pagar na próxima semana os primeiros apoios aos pequenos agricultores afetados pelos incêndios. Em entrevista à RTP, José Manuel Fernandes prometeu um processo rápido, rigoroso e sério.
"São medidas proativas e que nunca nenhum outro Governo fez e também nunca as executou de uma forma tão rápida. O objetivo é que na próxima semana já haja pagamentos. Veja bem a velocidade, mas também tem de haver seriedade, tem de se verificar. Isto não é uma caixa de multibanco, onde podem vir levantar dinheiro", afirmou o governante.
Nos processos sem documentos, as despesas serão verificadas, garantiu ainda o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes: "É com o técnico da CCDR, é com um funcionário da câmara municipal, é apresentando evidências. Não tenha dúvidas que vamos fazer a verificação, porque isto é dinheiro dos contribuintes."
Ouvido pela TSF, Luís Mira, presidente da Confederação dos Agricultores, espera que o anúncio feito pelo ministro seja correto, porque já há reclamações de vários agricultores relativamente ao início do processo.
"Já há agricultores a dizerem que as câmaras tinham colocado nas juntas de freguesia o contacto para os agricultores realizarem as suas declarações dos prejuízos e o agricultor, que tinha a sua propriedade em três freguesias, teve de ir às três juntas de freguesia porque cada uma só tomava conta de duas parcelas que eram na sua região. O Governo diz que está preocupado com a burocracia e que quer fazer a reforma do Estado, mas a realidade choca com o discurso político de frente e esperamos que estas situações se resolvam e que as pessoas afetadas sejam o mais rapidamente ressarcidas", disse, referindo, por outro lado, que a entreajuda dos agricultores está a correr da melhor forma.
"Já enviámos dezenas de toneladas de alimentos para os animais provenientes de todo o país, inclusivamente os Açores disponibilizaram-se também a ajudar na alimentação dos animais", acrescenta.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 250 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
