Ministros dos Negócios Estrangeiros discutem recomendação para adesão da Ucrânia à NATO
O ministro ucraniano alertou para a situação no terreno, que voltou a degradar-se, afirmando que “os civis ucranianos estão a sofrer o ataque de mísseis mais intenso”.
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Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO reuniram-se, na noite desta terça-feira, com o seu homólogo ucraniano, na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas, durante o Conselho NATO-Ucrânia.
O ministro ucraniano apela a decisões históricas sobre a adesão à NATO. O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, admite que possa haver uma recomendação a nível ministerial para um “eventual” convite à Ucrânia para aderir à Aliança Atlântica.
Entretanto, o ministro ucraniano afirmou, à entrada, que a situação no terreno continua a degradar-se e apelou ao envio de mais armamento.
“Precisamos de mais 19 sistemas de defesa aérea para proteger os nossos bens estratégicos de produção de energia”, anunciou o ministro, manifestando-se “confiante de que, com a ajuda dos aliados, os ucranianos conseguirão superar o inverno”.
Andrii Sybiha alertou que a situação no terreno se agravou novamente, lembrando que “a Rússia, primeiro, usou os alimentos como arma e, agora, está a tentar usar a energia como arma”.
“O povo ucraniano, os civis ucranianos, estão a sofrer provavelmente o ataque de mísseis mais intenso”, frisou o ministro, convicto de que “eles [a Rússia] estão a tentar cortar-nos da energia nuclear”.
Por seu lado, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, espera um sinal dos aliados para o apoio à Ucrânia, com medidas concretas. Espera que, no jantar de trabalho do Conselho NATO-Ucrânia, seja possível “garantir que ajudamos a manter a rede elétrica e a infraestrutura energética da melhor forma possível
“Não podemos permitir que o inverno seja usado como arma na Ucrânia. No que diz respeito à defesa aérea, estamos a fazer muito, mas é preciso fazer mais para garantir segurança neste aspeto. E temos de garantir que a ajuda militar chegue à Ucrânia”, afirmou Mark Rutte.
Andrii Sybiha considera que a Ucrânia precisa de mais do que armamentos: “Precisamos de decisões históricas e fortes, em vez de apelos a Putin ou visitas a Moscovo”, afirmou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, admite que as decisões reclamadas por Kiev podem ser adotadas já na reunião da noite desta terça-feira.
“Aquilo que se perfila como possível, e esperamos que haja consenso para isso, é que haja uma recomendação dos ministros e, portanto, não propriamente o endosso imediato da adesão”, mas “enquanto recomendação, que depois será ponderada pelos chefes de Estado e de Governo”, Rangel garante que “com certeza, que Portugal apoiaria essa recomendação”.
A recomendação seria depois apreciada “eventualmente” pelos chefes de Estado ou de Governo na cimeira da NATO, em Haia, Países Baixos, que terá lugar em 2025.