Miranda Sarmento explica estagnação da economia portuguesa em "Crónicas de um país estagnado"
O líder parlamentar do PSD lança, esta quarta-feira, um livro para explicar, através de dados, as razões para o escasso crescimento económico português nas últimas décadas.
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O economista e líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, apresenta esta quarta-feira em Lisboa o livro "Crónicas de um país estagnado". O objetivo é demonstrar, através de dados económicos, sociais e políticos, as razões para o escasso crescimento português num período em que alega que o PS foi quase sempre responsável pela governação e o PSD nunca teve condições para aplicar programas políticos e económicos próprios.
"Portugal, desde 2000 até agora, mesmo excluindo o período da pandemia, teve um crescimento médio anual que é inferior a 0,5%. O que significa que, em termos acumulados, Portugal cresceu em duas décadas cerca de 10%. Isto mostra um país estagnado do ponto de vista económico que tem consequências que resultam na estagnação de rendimentos e baixos salários. Vários países da Europa de Leste que eram mais pobres do que Portugal há 20 anos já nos ultrapassaram e houve um agravamento das desigualdades e da pobreza. Vivemos as consequências com o empobrecimento das pessoas e colapso dos serviços públicos, mas é preciso também perceber as causas", explicou à TSF Joaquim Miranda Sarmento.
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Nos últimos 25 anos o PS governou 21 e o PSD sete. Para Miranda Sarmento, os anos de governação socialista trouxeram resultados "muito negativos" ao sistema fiscal, mercado laboral, falta de ligação entre investigação e inovação, problemas na justiça, entre outros.
"O país não cresceu em termos absolutos, os salários e rendimentos estagnaram, os serviços públicos estão à beira do colapso - seja na saúde, nos transportes ou até mesmo na defesa - e, portanto, a avaliação que fazemos destes últimos 30 anos é significativamente negativa apesar de o Partido Socialista depois conseguir resultados eleitorais que lhe permitiram governar durante boa parte desse tempo. Compete-nos também mostrar que a alternativa podia ter sido bastante melhor e pode ser no futuro", defendeu o líder parlamentar do PSD.
O livro reúne um conjunto de crónicas escritas por Miranda Sarmento nos últimos sete anos e que procuram refletir o que aconteceu no país nos últimos 25. Uma obra que, para o social-democrata, é apenas um alerta de um professor de finanças para a falta de competitividade da economia portuguesa, "o principal problema que o país tem".
"Nos últimos anos vimos uma redução do défice que foi parada com a pandemia, mas que é meramente conjuntural, assente em fatores externos ou cíclicos. Portugal, além de necessitar de fazer uma consolidação orçamental estrutural, também tem uma necessidade de baixar a dívida pública de forma significativa para proteger o país em momentos de maior turbulência dos mercados financeiros", acrescentou o economista.