Líder parlamentar social-democrata vinca que ministro da Economia tem "autoridade fortemente reduzida". Em causa as declarações de Costa Silva na entrevista TSF/JN onde manifestou a "esperança" numa redução global do IRC e que foram já alvo de contradição por Fernando Medina.
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Já há muito que se sabe que o PSD é defensor da redução do IRC, mas se ao lembrete público dessa vontade se puder juntar uma farpa ao Governo, na bancada social-democrata o mote é o de não desperdiçar a oportunidade. Foi precisamente isso que fez o próprio líder parlamentar do partido, Joaquim Miranda Sarmento, questionando a autoridade que o ministro António Costa Silva tem neste momento.
À boleia da "desautorização" de Fernando Medina a Costa Silva, o líder parlamentar social-democrata começa por notar que "não há matéria em que o Governo não mostre uma total descoordenação".
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Lembrando até o acordo que existiu no passado entre PSD e PS para redução da taxa de IRC, o social-democrata sublinha que esse seria o caminho a seguir, não se comprometendo, no entanto, com números fechados.
"O ideal seria que reduzíssemos mais alguns pontos percentuais de maneira a que a taxa de IRC máxima que uma empresa pode pagar em Portugal, que é 31,5%, pudesse descer alguns pontos percentuais dentro, obviamente, de um calendário definido e dentro daquilo que são as restrições orçamentais do país", sublinha o parlamentar.
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Passado o posicionamento político nesta matéria, é no desgaste do Governo que Miranda Sarmento está apostado. "O ministro da Economia, que é uma pessoa bem-intencionada, bem formada e com competências, tem tido, de facto, um conjunto de desautorizações. Ele próprio também fez um conjunto de críticas à própria atuação do governo, recordo a audição do Orçamento do Estado para 22 e as críticas que fez ao Banco de Fomento e à não exploração das reservas de gás no Algarve", lembra o líder da bancada do PSD, realçando que é "preciso perceber até onde é que vai a autoridade do ministro da Economia".
Questionado à margem do I Encontro Interparlamentar do PSD, na ilha açoriana de São Miguel, Miranda Sarmento conclui que "a autoridade do senhor ministro da Economia está fortemente reduzida, mas só o senhor primeiro-ministro é que pode confirmar se ela de facto foi ferida ou se o ministro da Economia, quando falou, tinha o respaldo do senhor primeiro-ministro".