António Costa prevê que o Porto de Sines venha a funcionar como um porto de trasfega do gás natural.
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Numa altura em que a Europa quer acelerar a transição energética para as energias renováveis com o objetivo de ser menos dependente do gás russo, Moçambique prepara-se para começar a explorar o gás natural. Algo que, segundo António Costa, pode ser benéfico para a União Europeia.
"O início da exploração do gás natural em Moçambique não podia vir em melhor altura para o país e para quem é importador de gás natural, como são quase todos os países da União Europeia. Temos de aumentar a oferta e Moçambique será um feliz contribuinte para a resolução da crise energética mundial", afirmou Costa ao lado de Filipe Nyusi, o Presidente moçambicano.
O primeiro-ministro português prevê que o Porto de Sines venha a funcionar como um porto de trasfega do gás natural, beneficiando a entrada de Moçambique no mercado europeu e o fornecimento da energia a toda a União Europeia.
"É o porto mais próximo do continente africano, é de águas profundas, não está sobrelotado e se tivermos em conta a transferência para os portos da Holanda significa uma poupança de quatro dias por viagem. Poupar em cada viagem é aumentar imenso a capacidade de exportação e fornecimento de gás. Até ao gasoduto estar construído podemos usar o Porto de Sines e o gás moçambicano será muitíssimo bem-vindo", explicou o governante.
O Presidente moçambicano ainda não se compromete, mas vê com bons olhos esta sinergia.
"O gás está em Moçambique mas é explorado com empresas internacionais. Antes de decidirmos já tinham de ter a certeza se o gás é vendido e onde o podem colocar", afirmou Filipe Nyusi.
Sobre a questão dos vistos, Costa voltou a garantir que vão passar a ser concedidos com maior facilidade aos cidadãos moçambicanos.
"Portugal tem uma posição distinta de Moçambique. É a União Europeia que acorda com os diferentes países os que estão isentos de vistos e os que não estão, mas podemos agilizar a concessão de visto. O que fizemos com a nova lei de entrada e permanência de estrangeiros em Portugal é tornar a concessão de vistos imediata para todos aqueles que não tenham sido alvo de ordem de expulsão. Para 99,9% da comunidade da CPLP a concessão de vistos para a ser automática, quase como se estivessem isentos", acrescentou o primeiro-ministro.
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