Moção de censura do PCP: Sérgio Sousa Pinto pelo voto a favor e contra a abstenção do PS
O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto manifestou-se contra a decisão do PS se abster na segunda-feira, no Parlamento, na votação da moção de censura do PCP ao Governo, defendendo em alternativa o voto a favor.
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A decisão de o PS abster-se foi tomada na quarta-feira à noite em reunião da Comissão Política e, segundo o líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, essa opção foi acolhida de forma «consensual» pelos dirigentes deste partido.
«A abstenção é o pior de tudo, porque, nesta situação dramática, o PS anda sempre a ficar associado a uma abstenção sistemática. No ano passado, quando rejeitou o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC IV), o PCP dispôs-se a ser a bengala da direita. E agora o PS é bengala da direita ?», interrogou-se o ex-dirigente da bancada socialista, durante as lideranças de José Sócrates.
Nas declarações à agência Lusa, Sérgio Sousa Pinto considerou que «este não é o momento para o PS ajustar contas com o PCP».
«Na situação dramática em que o país vive, o normal é o PCP apresentar uma moção de censura ao Governo, mas o que não é normal é o PS considerar-se alvo dessa moção de censura», sustentou, antes de rejeitar a tese preconizada pela direção do PS, segundo a qual a iniciativa dos comunistas é uma irresponsabilidade, porque, a concretizar-se, abriria uma crise política num momento em que Portugal se encontra sob assistência financeira internacional.
«O voto a favor do PS nunca derrubaria o Governo. Infelizmente para o país, a oposição não pode derrubar este Governo, que está a destruir o país», contrapôs o ex-eurodeputado socialista.
Sérgio Sousa Pinto acentuou que «Portugal está a sofrer com uma política de violência extrema económica e social».
Na votação da moção de censura do PCP ao Governo, na segunda-feira, os deputados do PS estão sujeitos a disciplina de voto, já que se trata de uma matéria de governabilidade prevista nos estatutos deste partido.