A coesão territorial e as reformas estruturais, sobretudo a do sistema eleitoral português, são dois dos grandes temas transversais à maioria das moções temáticas que vão ser discutidas no congresso social-democrata.
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Entre ensaios mais ou menos ideológicos sobre a social-democracia e a oportunidade que o PSD tem para chegar ao poder nas próximas legislativas, as moções temáticas dos militantes e das estruturas tentam colocar no mapa do partido as palpitações das diferentes regiões do país.
Não é à toa que, das 12 moções temáticas, metade tenham logo nos títulos o tema da coesão e do desenvolvimento regional, sobretudo no que aos territórios de baixa densidade diz respeito. Se há linhas dedicadas a estradas que precisam de atenção ou de conclusão, há também questões sobre aeroportos.
Seja o de Beja ou a base aérea de Monte Real, há até uma moção que defende que "seja suspenso o concurso internacional" para o novo aeroporto de Lisboa e que seja "desenvolvido no âmbito da ANAC - Autoridade Nacional da Aviação Civil, enquanto entidade reguladora independente". Ou até mesmo a criação de "condições necessárias à atratividade turística pela melhoria das ligações com a região [do Douro], nomeadamente através da realização de voos comerciais turísticos para o interior (por exemplo, a realização de voos low cost)".
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Já a tecnologia 5G também é tema de uma moção. No caso, como hipótese para uma maior coesão territorial propondo "que sejam criadas comissões de acompanhamento do processo de instalação e monitorização de resultados da tecnologia 5G".
O caráter reformista do PSD é salientado em praticamente todas as moções temáticas, sendo a reforma do sistema eleitoral uma constante. Seja pela proposta de criação de círculos uninominais, seja até por uma nova ponderação nos círculos que tenha em conta não só o número de eleitores, mas também a área territorial que representam.
São um total de 175 páginas onde as críticas à governação socialista com apoio da esquerda aparecem várias vezes, onde até há referências a uma "magnífica" e "aveludada" austeridade de esquerda.
As propostas vão ser todas apresentadas (e votadas) no congresso de Santa Maria da Feira que este fim de semana vai consagrar Rui Rio como presidente reeleito do PSD.