A empresa de biotecnologia que anunciou o sucesso no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus que provoca a Covid-19 é a estrela da bolsa americana dos últimos dias.
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No principio de setembro a Moderna estava a 46 euros cada ação e hoje está na casa dos 77 euros. A Moderna quase duplicou a sua capitalização bolsista que é agora de 32 mil milhões de euros. A empresa chegou à bolsa em março de 2018 e valia 1,26 milhões de euros, hoje vale 25 vezes mais.
Apesar disso, a euforia nos mercados foi maior na semana passada quando a Pfizer e a BioNTech anunciam a primeira vacina para combater a pandemia.
A BioNTech, uma empresa que entrou na Bolsa americana, em junho de 2019, a valer 10 euros por ação, consegue hoje transacionar na casa dos 76 euros, atingindo na semana passada uma capitalização bolsista de 25 mil milhões de euros, 8 vezes mais do que há 17 meses.
Já a farmacêutica Pfizer, atingiu na semana passada uma capitalização de 180 mil milhões de euros.
As duas empresas beneficiaram do fator novidade já que para o analista da corretora XTB, Henrique Tomé, a reação dos mercados de uma vacina para a outra mudou um pouco porque "quando foi anunciada a vacina da Pfizer nós vimos uma reação muito eufórica no mercado e todos os índices globais reagiram em fortes altas, neste momento assistimos também a a movimentos em alta dos mercados mas não da mesma dimensão que assistimos na semana anterior, uma semana também marcada pela eleições dos Estados Unidos que influenciaram o mercado".
Ao que parece os investidores estão mais preocupados com a pandemia do que com novas vacinas. "O número de novos casos de infetados tem estado a aumentar bem como o aumento de medidas restritivas pelos Governos faz com isso leve os investidores a preocuparem-se mais com o desenvolvimento da pandemia do que com o desenvolvimento de mais uma vacina", sustenta Henrique Tomé da XTB.
Os investidores não arrastam o mercado na sua totalidade para a confiança numa vacina mas a Biotecnológica Moderna acena com um volume de negócios na ordem dos 12 mil milhões de euros, por ano, em várias vacinas e não apenas para o novo vírus.
Ou seja, a Moderna pode gerar 6 mil milhões de euros em vendas anuais com uma vacina de sucesso da Covid. Mas a empresa tem no portfólio outros medicamentos para outras doenças como a vacina para a doença respiratória infantil RSV que pode chegar aos 2 mil milhões de euros por ano em vendas. A tecnologia de mRNA também pode melhorar os tratamentos de cancro, e neste caso projetam-se vendas de 4 mil milhões de euros por ano, caso venham a ter sucesso.
Além destas, outras empresas menores também estão a testar vacinas de mRNA: CureVac (CVAC) e Arcturus Therapeutics Holdings (ARCT) da Alemanha.
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