Moedas considera que "falta o critério da rapidez" na escolha do novo aeroporto de Lisboa
"Todas as opções devem ser analisadas, mas temos de ver qual é que nos permite ter uma solução imediata", disse o autarca lisboeta.
Corpo do artigo
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, felicita e agradece o trabalho da comissão independente que está a estudar a nova localização do aeroporto de Lisboa, mas critica a falta do critério da rapidez.
"É um trabalho que tem de ser celebrado porque até agora ninguém tinha feito esta comparação, que é necessária. O que queria era ver certos critérios incluídos e quase todos eles foram. Primeiro o critério da proximidade. É um aeroporto internacional, mas que terá de ser nas imediações de Lisboa. O segundo tem a ver com o impacto ambiental, que é o desafio das próximas gerações. Só não está o critério da rapidez, que é o que me deixa um bocadinho preocupado. Todas as opções devem ser analisadas, mas temos de ver qual é que nos permite ter uma solução imediata", disse o autarca aos jornalistas.
A comissão escolheu nove opções em sete localizações diferentes para o novo aeroporto da capital portuguesa, mas Carlos Moedas considera que o Aeroporto Humberto Delgado continuará a ser necessário e não percebe porque é que ainda não foram feitas as obras prometidas.
"Exijo ao Governo, agora que estamos a chegar ao verão, obras para melhorar a situação. Todas as soluções que aqui falámos não serão de um dia para o outro", refere.
Questionado sobre se tem alguma preferência, Moedas afirma que "o papel do presidente da Câmara de Lisboa é não condicionar e ter uma escolha seria condicionar"
Mas a rapidez é mesmo essencial para o autarca: "Se for uma solução que demore seis ou sete anos. Eu não sou contra as opções que demoram tempo. Quero é saber o que será feito no período intermédio."
Carlos Moedas avisa que "o aeroporto está nos limites", assim como a cidade, e "o custo de não fazer nada é muito superior ao custo de se fazer".
Sobre a solução de Pegões, no Montijo, o presidente da câmara lisboeta admite não conhecer: "Eu penso que qualquer uma das opções exige que o Aeroporto Humberto Delgado continue a funcionar e é por isso que repito que as obras no Aeroporto de Lisboa são essenciais."
Por fim, Carlos Moedas deixa um pedido ao Governo: "A única coisa que peço ao Governo é que haja uma decisão em 2023."
A comissão independente que está a estudar a nova localização do aeroporto de Lisboa acaba de divulgar quais as opções que passam à fase de um estudo mais detalhado. Além das cinco do Conselho de Ministros há mais quatro opções estratégicas: Aeroporto Humberto Delgado mais Campo de Tiro de Alcochete, Aeroporto Humberto Delgado mais Pegões (concelho de Vendas Novas), Pegões, Rio Frio mais Poceirão.
As cinco opções que já tinham sido definidas no final do ano passado, em resolução do Conselho de Ministros, são: Humberto Delgado mais Santarém, Humberto Delgado mais Montijo, Montijo como aeroporto principal e Humberto Delgado secundário, Santarém e Campo de Tiro de Alcochete.