"Momento é grave." Lisboa cria gabinete de crise para enfrentar greve da recolha de lixo, Moedas faz apelo aos sindicatos
O presidente da câmara de Lisboa adianta que a autarquia vai disponibilizar contentores para que os lisboetas possam colocar as 900 toneladas de lixo produzidas por dia. Moedas pede aos sindicatos que se sentem à mesa das negociações: "Não é criando o caos que se ganham direitos"
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O presidente da câmara de Lisboa revelou, esta quarta-feira, que foi criado um gabinete de crise para fazer face à greve dos trabalhadores da higiene urbana prevista para os dias 26 e 27 de dezembro (entre os dias 25 e 31, a paralisação irá abranger o trabalho suplementar). Em conferência de imprensa, Carlos Moedas sublinhou que vai disponibilizar contentores para que os lisboetas possam colocar as 900 toneladas de lixo produzidas por dia na capital portuguesa.
"A equipa de gestão de crise estará 24 horas à disposição dos presidentes de junta e estará na disponibilidade total de poder ajudar, mas também vamos fazer mais: vamos distribuir pelas freguesias de Lisboa alguns contentores de obra, onde as pessoas, em último caso, podem depositar o lixo. Isso é muito importante, mas também é muito importante pedir às pessoas que nestes dias tenham consciência do que estamos a viver e evitar depositar o lixo", adiantou o autarca, sublinhando a importância de "conseguir reduzir, sobretudo, na área dos cartões e no lixo que vai acumular na época festiva".
"Podemos e tentaremos resolver", garantiu, admitindo que "os lisboetas viverão dias muito difíceis" ao nível da saúde pública se a greve anunciada pelos sindicatos se concretizar, porque a cidade ficará "sem recolha de lixo durante nove dias".
Moedas deixou, por isso, um apelo aos sindicatos: "É injusto desde já, porque este executivo que lidero há apenas três anos tem vindo a fazer tudo o que pode para melhorar as condições do trabalho das mulheres e dos homens da higiene urbana e é por eles - e também por todos os lisboetas - que estou aqui hoje para fazer um último apelo aos sindicatos. Sempre respeitei e sempre respeitarei o direito à greve e os sindicatos sabem que tenho o maior respeito pelo seu trabalho como pilares da nossa democracia, mas venham sentar-se à mesa e negociar como temos feito nos últimos três anos. Garanto-vos que farei tudo para ir ao encontro das vossas reivindicações, porque não é criando o caos que se ganham direitos."
O autarca assegurou ainda que tem ido ao encontro das pretensões dos sindicatos, reforçando que este é o momento mais grave desde que é presidente da Câmara. "Já requisitámos os serviços mínimos, estamos a aguardar a decisão do tribunal, que deverá ser conhecida esta sexta-feira. O momento é grave e talvez o momento mais difícil que vamos viver nestes três anos e é incompreensível", acrescenta.
Os trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa vão estar em greve nos dias 26 e 27 e em greve ao trabalho extraordinário entre dia de Natal e a véspera de Ano Novo, divulgou o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML).
De acordo com o sindicato, já no dia de Ano Novo a paralisação irá decorrer apenas no período noturno, ao trabalho normal e suplementar, entre as 22h00 de dia 01 e as 06h00 de dia 02.
O STML justifica a greve com "as não respostas do executivo" da autarquia aos problemas que afetam o setor da Higiene Urbana.
