Antigo líder da bancada parlamentar do PSD promete colaborar com o partido "como militante de base", diz ser "político por missão" e desafiou a direção de Rui Rio a avaliar os resultados eleitorais e das diretas, avisando que a unidade do partido depende do líder.
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A noite foi de derrota mas, antes do cair do pano, Luís Montenegro deixou um aviso: "Não vale a pena anunciarem a minha morte política, porque creio que essa notícia é manifestamente exagerada". O antigo líder da bancada parlamentar do PSD afastou o cenário da sua morte política, numa noite amarga em que prometeu "colaborar com o PSD como militante de base" e se referiu a Rui Rio "como companheiro de partido".
Reconhecendo a vitória ao adversário, Montenegro deixou, ainda assim, inúmeros recados à direção social-democrata, desde logo a uma análise profunda do que aconteceu no último ano e meio.
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"Não pondo em causa os resultados de hoje, mas com a responsabilidade e a legitimidade de representar cerca de 47% dos militantes que votaram nestas eleições, peço a Rui Rio e à nova direção política que sair do próximo congresso que saibam interpretar os resultados eleitorais que o PSD teve no último ano e o que resulta da avaliação que os militantes hoje fizeram nas urnas", desafiou, sublinhando um apelo à unidade do partido.
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"Todos temos de contribuir para acabar com a cultura de fação, com divisões insustentáveis e com agressividades intoleráveis", referiu, salientando que "essa unidade começa precisamente na liderança e no líder".
Num discurso de vinte minutos, em que começou por agradecer aos militantes do PSD e a todos os que o apoiaram nestas eleições diretas, Luís Montenegro fez ainda votos para que o PSD "se possa constituir como a oposição firme de que o país precisa" e "se apresente como alternativa ao partido socialista. "Não tenho dúvidas de que Portugal precisa do PSD. Não tenho dúvidas de que seremos capaz de devolver a esperança à sociedade portuguesa para voltarmos a merecer a sua confiança maioritária", disse, acrescentando: "O PSD não está condenado à fatalidade de governar apenas em tempos de emergência. O PSD deve estar preparado para governar Portugal em tempos de normalidade".
Esteja o partido a postos, que Luís Montenegro "vai andar por aí"...
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