O líder social-democrata afirma que os "portugueses estão fartos das politiquices e da retórica dos políticos uns para os outros".
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O líder do PSD, Luís Montenegro, respondeu esta quarta-feira a Pedro Nuno Santos e acusa-o de ter sido "duplamente desonesto" quando afirmou que Pedro Passos Coelho "apenas veio dizer aquilo" que o presidente dos sociais-democratas "também quer, mas não consegue assumir", a propósito de um eventual acordo com o Chega.
"É duplamente desonesto, porque nem o doutor Passos Coelho disse isso, nem a minha posição é suscetível de ser colocada em dúvida", atira.
"Se o doutor Pedro Nuno Santos não está habituado a ter posições sérias e consequentes, não é problema meu. Eu estou", vinca.
Questionado esta quarta-feira pelos jornalistas, em Aveiro, sobre as acusações de "falta de poder de decisão" por parte do novo secretário-geral do PS, Luís Montenegro garante que vai cumprir a sua "palavra" e que não tem "necessidade de se repetir" em relação a acordo eleitoral com o partido de André Ventura.
O social-democrata afirma ainda que também era "capaz de andar todos os dias aqui com tricas para trás e para a frente e marcar a agenda mediática", mas sublinha que isso "não dignifica a posição enquanto interlocutores dos cidadãos".
"É muito efémero e muito engraçado, mas não resolve problema nenhum", aponta, acrescentando que os "portugueses estão fartos das politiquices e da retórica dos políticos uns para os outros".
Para o social-democrata, "esta gente está viciada nas narrativas, está viciada só na política de plástico" e, questionado sobre a quem é que António Costa se referia ao falar em azedume quanto desafiado a comentar as palavras de Passos Coelho sobre a sua demissão, Montenegro defendeu que a si "não é de certeza".
"Estou alegre, estou de bem com a vida, estou aqui na campanha eleitoral para falar dos problemas das pessoas. Eu acho que nós temos de ser sérios na política, é preciso decidir e decidir bem. Eu estou habituado a decidir e a decidir bem. Não estou habituado a decidir consoante o humor com que acordo todos os dias. Eu decido com elementos com avaliação e com o timing certo", garante.
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"Vamos falar dos problemas das pessoas", desafia, afirmando que o seu foco está "preocupado em dar um médico de família a todas as pessoas que vivem em Portugal".
"Em 2023 há mais portugueses sem médico de família do que havia em 2015", lamenta.
Luís Montenegro fala "numa sociedade muito castigada por impostos em cima de impostos", explicando que este cenário está "a comprimir a capacidade de reter talento" no país e de serem pagos melhor salários, assim como impede a "capacidade de investirmos e de atrair investimento".
A par disto, o líder do PSD destaca que a "escola pública está em crise" e denuncia "um indício de injustiça social".
"Temos falta de pessoal docente. Temos muitos portugueses a usarem as suas economias e das suas famílias para proporcionaram aos jovens estudantes uma reposta que o sistema público não dá. Isso é um indício de injustiça social. Parece que é mais importante andar com essas tiradas de parte a parte do que olhar para o drama que é hoje 25% dos estudantes em Portugal do ensino secundário frequentarem escolas privadas", alerta.
O social-democrata compromete-se ainda a baixar "a carga fiscal da classe média das pessoas que trabalham".
"Temos de ajudar as pessoas que estão numa situação de vulnerabilidade e que não têm fontes de rendimento, e não estou a falar das pessoas que têm subsídio de desemprego, estou a falar das pessoas que não tiveram condições para aceder a essa prestação e que acabam por ter um rendimento líquido em que compensa mais não trabalhar do que trabalhar", defende.
Apelando à "convivência democrática e ao confronto de ideias", o social-democrata afirma que os portugueses têm condições para ter "duas grandes opções políticas para decidirem quem vai assumir a liderança do Governo nos próximos anos".
"A socialista, a bloquista e comunista de um lado, e têm o PSD. Nunca essas ideias tiveram tão claras em termos de distinção", considera.