O braço de ferro entre moradores e autarquia continua. Sobrevivem sem gás nem luz.
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Os últimos moradores do Prédio Coutinho exigem a presença do presidente da Câmara de Viana do Castelo para encontrar uma solução que ponha fim ao impasse em que se encontram.
"O que nos faz permanecer é o facto de o presidente da Câmara não vir dar a cara. Ele tem que vir falar com os moradores. São pessoas de idade, a maior parte não tem casa e para onde é que eles vão? Para a rua?", reclama Manuela Cunha, filha de um casal de 77 anos que se recusa a entregar as chaves do apartamento.
Sem água desde segunda-feira e sem gás desde terça-feira, seis apartamentos continuam ocupados pelos respetivos moradores apesar da decisão judicial que os obriga a abandonar o prédio, propriedade da VianaPolis, que é detida em 60% pelo Estado e em 40% pela Câmara de Viana.
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"O meu pai não está muito bem, a minha mãe sim mas o meu pai não está bem. Sem água é muito complicado para fazer a higiene, quanto ao gás temos que nos desencarrascar", contou aos jornalistas Manuela Cunha, que vai conseguindo entrar e sair do edifício para prestar assistência aos pais.
Sem água é muito complicado para fazer a higiene, quanto ao gás temos que nos desencarrascar
Os últimos 11 moradores recusam entregar as chaves impedindo a ação de despejo que estava prevista para a passada segunda-feira, para que se avance com a demolição do edifício e a construção do novo mercado municipal.
A última esperança reside em mais uma providência cautelar, entregue ao tribunal na passada segunda-feira, para tentar travar o despejo e da qual se espera uma decisão durante o dia de hoje.
Cumprindo um ritual que se arrasta desde o início da semana, o advogado dos últimos moradores, Magalhães Sant"Ana, entrou no edifício pouco antes do meio-dia e trinta para conversar com os seus clientes. A meio da manhã, uma carrinha trouxe garrafões de água e artigos de mercearia que as autoridades permitiram entrada.