A Diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, não vê, contudo, sinais de alarme nestes números.
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Os dados provisórios são da Direção-geral da Saúde avançam que, no ano passado, morreram em Portugal 289 crianças, com menos de um ano, mais 60 do que em 2017. Apesar da subida, a Diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, não vê nestes números sinais de alarme.
"Não há um motivo de preocupação no sentido em que esta seja uma subida que não esteja prevista nas variações da mortalidade. Estes fenómenos da vida e da mortalidade não são constantes. Há variações de décimas todos os anos. Obviamente, quando descemos sabemos que, provavelmente, esse valor no ano a seguir não se vai manter. Faz parte das variações da mortalidade ao longo dos anos. O que nós temos é uma fasquia que é dos 3 óbitos por cada mil nados vivos e é nessa fasquia que nós nos queremos manter. Agora, sabemos que há uns anos em que se morre menos e outros em que se morre mais. Estes dados estão dentro do intervalo que é suposto termos na mortalidade infantil em Portugal."
Graça Freitas explica os motivos desta subida: "As principais causas são afeções maternas da gravidez e do parto, as malformações congénitas, os transtornos respiratórios e cardíacos, os atrasos do crescimento. Eu quero aqui dizer que muitas destas crianças eram de grandes prematuros. 75% destas crianças tinham uma grande prematuridade e nos óbitos neonatais o número de crianças que nasceram de facto debaixo de pré-termo é também muito elevado, é superior a 50% e, portanto, há aqui também estes fatores da prematuridade e do atraso no crescimento."
O presidente do colégio da especialidade de pediatria da Ordem dos Médicos, Jorge Amil Dias, tinha pedido uma avaliação dos dados, com serenidade, lembrando precisamente os dados de 2016, para dizer que não se deve entrar em especulações.
"Estamos num patamar elevadíssimo de qualidade e, portanto, seria um pouco especulativo dizer que exatamente os mesmos cuidados há dois anos deram um resultado fantástico e agora esses cuidados é que seriam a culpa de números menos bons. Julgo que precisamos de serenamente estar atentos, obviamente que alertados para que estes números fazem tocar alarmes e tentar descobrir o que é que não terá corrido bem e, a partir daí, naturalmente, tomar medidas."
Em 2016, Portugal situava-se entre os melhores países da UE, no que se refere à taxa de mortalidade infantil, com 3,24 óbitos por 1.000 nados-vivos.