O também professor catedrático e pai de Joana Amaral Dias deu voz a vários programas na TSF.
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Morreu o psicanalista e professor universitário Carlos Amaral Dias, confirmou a TSF. Tinha 73 anos.
Pai da ex-deputada do Bloco de Esquerda Joana Amaral Dias, Carlos Amaral Dias abandonou recentemente a direção do Instituto Superior Miguel Torga. Entre a década de 1990 e 2003 dirigiu quatro programas na TSF: "Esta inquietante estranheza", "O Inferno Somos Nós", "Freud e Maquiavel" e "A Espuma dos Dias", com Fernando Alves. Mais tarde, este programa foi editado em livro com o nome "Avenida de Ceuta Nº1".
Carlos Augusto Amaral Dias foi presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise e da Sociedade Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo; diretor da Revista Portuguesa de Psicanálise, publicada duas vezes por ano, além de vice-presidente da Academia Internacional de Psicologia e coordenador do Nusiaf, núcleo de seguimento infantil e ação familiar, que faz parte da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade de Coimbra.
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Na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra Carlos Amaral Dias lecionou a cadeira de Psiquiatria Dinâmica e em Lisboa a de Psicopatologia no Instituto Superior de Psicologia Aplicada.
O psicanalista escreveu diversos artigos científicos e livros focados nos temas da psicanálise, psicologia clínica, psicopatologia do funcionamento mental, toxicodependência e investigação sobre a Psicose.
Ouça aqui a entrevista a Carlos Amaral Dias conduzida por António Tavares-Teles em 2013:
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Para Rui Aragão oliveira, atual presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise, o professor marcou várias gerações, até porque conseguia explicar de uma forma simples ideias complexas.
"O docente Amaral Dias foi um universitário absolutamente marcante. Foi com ele que tive o primeiro contacto com a psicologia clínica e a psicanálise nos finais da década de 80, ainda na universidade de Coimbra", recordou Rui Aragão Oliveira.
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O psiquiatra destaca ainda a capacidade que Carlos Amaral Dias tinha de olhar com entusiasmo para os que o rodeavam e de procurar sempre novos olhares.
"A sua capacidade ímpar de mobilizar e entusiasmar com quem ele trabalhava, aprendia e partilhava alguns dos projetos. Ficará sempre na minha memória como um homem profundamente satisfeito sobre a sua capacidade de pensar e olhar o mundo", acrescentou o presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.
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