Morreu Francisco Pinto Balsemão. Inúmeras reações e uma palavra unânime: "Liberdade"
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Miguel Albuquerque costumava almoçar com Francisco Pinto Balsemão. Chegaram a tocar juntos: Balsemão bateria, Albuquerque piano.
Aos jornalistas, o social-democrata recorda um defensor da liberdade e um homem com quem falou até ao fim sobre inovação e Inteligência Artificial.
O presidente da Assembleia da República afirmou que a democracia portuguesa, o parlamento e o país prestam tributo a Francisco Pinto Balsemão, considerando que impressionou Portugal com a sua energia, sagacidade e espírito de inovação.
“Até ao fim dos seus dias, Francisco Pinto Balsemão impressionou o país com a sua energia, sagacidade e espírito de inovação. A democracia, o parlamento e o país prestam-lhe tributo e agradecem a sua vida de serviço público”, refere-se na nota de pesar de José Pedro Aguiar-Branco, publicada no site oficial da Assembleia da República.
O presidente da Assembleia da República expressa profunda consternação pela morte de Francisco Pinto Balsemão, lembrando que foi membro da Ala Liberal antes do 25 de Abril de 1974, fundador do PPD, deputado constituinte e à Assembleia da República, primeiro-ministro e criador do grupo Impressa.
“Balsemão viveu uma vida longa e frutuosa, que se confunde com a própria História da democracia portuguesa. Ao lado dos outros integrantes da Ala Liberal, bateu-se pela liberdade de expressão, pela liberdade de imprensa e pela livre-iniciativa económica, em face de um regime autoritário, que tardava em modernizar-se”, aponta-se no texto assinado por José Pedro Aguiar-Branco. Depois, em democracia, destaca-se o seu papel como fundador do PPD, deputado, ministro e primeiro-ministro do VII e VIII governos constitucionais.
“Já neste século, integrou o Conselho de Estado. Advogado de formação, criou o grupo Impresa e fundou o semanário Expresso, um meio de comunicação determinante para a afirmação da imprensa livre no nosso país. Fundou ainda a SIC - Sociedade Independente de Comunicação, a primeira estação de televisão privada em Portugal”, acrescenta-se.
O PS manifestou profundo pesar pela morte de Francisco Pinto Balsemão, “personalidade incontornável da democracia portuguesa” que honrou “o valor do debate democrático e da convivência entre diferenças” e deixa um legado “de independência”.
Numa nota de pesar enviada à agência Lusa, o PS enfatiza que “Balsemão deixa um legado de independência, sentido de serviço público e defesa intransigente da liberdade de imprensa”.
“O Partido Socialista manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Francisco Pinto Balsemão, personalidade incontornável da democracia portuguesa, cuja vida foi marcada pelo compromisso com a liberdade, o pluralismo e o Estado de Direito”, enaltece.
Para o partido liderado por José Luís Carneiro, o antigo primeiro-ministro “soube sempre honrar o valor do debate democrático e da convivência entre diferenças, princípios fundamentais da vida democrática que partilhou com o Partido Socialista nas grandes etapas da construção de Portugal livre e europeu”.
“O Partido Socialista presta homenagem a uma vida dedicada à causa pública e à democracia”, elogia.
Os socialistas recordam o “jornalista, fundador do Expresso e do Grupo Impresa, deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, primeiro-ministro em tempos exigentes da consolidação democrática e fundador do PPD/PSD”.
“A toda a sua família, amigos e colaboradores, o Partido Socialista expressa as mais sentidas condolências”, refere.
O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Reinaldo Teixeira, endereçou na terça-feira condolências pela morte de Francisco Pinto Balsemão, ex-primeiro-ministro, antigo líder do PSD e fundador do Expresso e da SIC, aos 88 anos.
“Francisco Pinto Balsemão foi um dos fundadores da nossa democracia, foi um exemplo - que perdurará - de luta pela liberdade de expressão, de empreendedorismo e inovação, um transformador social ímpar”, disse o dirigente, numa nota emitida nas redes sociais.
“Portugal ficou hoje mais pobre, sem um dos seus faróis de ponderação, de critério empresarial e visão social que a todos tocava. Para a história, além da sua forte personalidade e sentido cívico, ficam marcos como a fundação do Expresso e da SIC, marcos transformadores do Portugal moderno”, acrescentou o presidente da LPFP.
O PSD manifestou o seu "profundo pesar" pela morte de Francisco Pinto Balsemão, militante n.º 1, fundador do PPD/PSD e uma das figuras maiores da democracia portuguesa.
Francisco Pinto Balsemão parte hoje como sempre quis ser recordado: homem de princípios, de coragem e de palavra. À sua família e amigos, o PSD expressa a mais sentida solidariedade e gratidão.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, lamentou a morte do "amigo" Francisco Pinto Balsemão e disse que o empresário e político vai fazer "muita falta" num mundo polarizado, porque "fazia pontes" entre uns e outros.
Em declarações à SIC Notícias, Carlos Moedas enalteceu a coragem de Pinto Balsemão e a sua "energia muito única", além da "capacidade de comunicação absolutamente extraordinária" e o facto de ser um homem "moderno".
Além disso, "é um homem que nos vai fazer muita falta, sobretudo num mundo muito polarizado de uns contra os outros". Porque "Ele era um homem de uns e os outros, que fazia as pontes, que ligava", realçou.
Por todas as suas virtudes, "foi das primeiras pessoas com quem falei em 2021 quando decidi candidatar-me à Câmara Municipal de Lisboa", afirmou Carlos Moedas, lembrando que também por isso decidiu atribuir-lhe a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa.
O candidato presidencial Marques Mendes considerou que Francisco Pinto Balsemão teve um percurso político notável, destacando o seu papel na revisão constitucional de 1982, e é uma referência "absolutamente incontornável" na liberdade de imprensa em Portugal.
Luís Marques Mendes reage na TSF e recorda "grande amigo".
Numa mensagem na rede social X, Paulo Rangel fala na perda de um amigo e não encontra muito mais palavras além de "liberdade".
"Lamento muito o falecimento de Francisco Pinto Balsemão. Foi muito importante para a nossa liberdade", afirmou Ferro Rodrigues numa reação à morte de Balsemão enviada à agência Lusa, realçando que sempre teve boa reação com um dos fundadores do PPD/PSD "em todos os momentos".
"Ficará sempre ligado ao Expresso e à SIC que revolucionaram a comunicação social em épocas tão diferentes. A minha solidariedade para a família, os muitos amigos e os que com ele estiveram até ao fim", escreveu ainda Ferro Rodrigues.
O CDS-PP lamentou a morte do antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, destacando que teve “uma vida cheia” ligada à defesa da liberdade, da democracia e da imprensa livre.
Numa nota divulgada esta noite, o CDS-PP “expressa o seu pesar pela morte de Francisco Pinto Balsemão” e endereça as “mais sinceras condolências” à família, aos amigos e ao PSD.
“Fundador do PPD/PSD, ex-primeiro-ministro de Portugal, Pinto Balsemão teve uma vida cheia ligada desde muito cedo à defesa da liberdade e da democracia, bem como da imprensa livre, designadamente enquanto fundador do Expresso e do Grupo Impresa”, destacam os centristas.
O antigo ministro da Cultura João Soares lamenta a morte de "uma das personalidades que mais contribuiu para a liberdade no século XX".
"Francisco Pinto Balsemão é uma das figuras mais marcantes para todas as pessoas que se moveram no combate político antes e depois da ditadura", afirma na TSF.
Luís Montenegro prestou já uma “muito justa, merecida, calorosa, profunda, homenagem àquele que é o símbolo da fundação” do PSD.
O primeiro-ministro recordou Francisco Pinto Balsemão como “símbolo da fundação” do PSD e lembrou as muitas vezes que espicaçava o partido para “aprofundar a social-democracia”.
“No nosso país, Francisco Pinto Balsemao, como Magalhães Mota e Francisco Sá, Carneiro patrocinaram e fomentaram o ato de Constituição do PPD, na altura, o ex-PSD, estruturando a sua matriz ideológica.”
Para o primeiro-ministro, a notícia da morte de Francisco Pinto Balsemão “é muito triste”.
“Foi alguém sempre muito próximo, sempre muito presente até ao fim, com uma palavra amiga, com uma palavra de estímulo, com uma palavra de apreciação, de análise. Nunca escondeu os seus pontos de vista.”
Manuel Monteiro, ex-presidente do CDS, recorda na TSF o legado de Francisco Pinto Balsemão, sublinhando um aspeto “incontornável”: “Ele acreditava que não era possível existir democracia sem uma imprensa livre.”
Morreu Francisco Pinto Balsemão. O antigo primeiro-ministro e fundador da SIC e do Expresso tinha 88 anos.
Acompanhe todas as reações na TSF.
Era o primeiro dos militantes do PSD. Foi jornalista com a carteira profissional número 18. E se, como alguém disse, o baterista tem o melhor lugar da sala, Francisco Pinto Balsemao, apaixonado pela bateria, pode orgulhar se de ter marcado de forma decisiva o ritmo da política e da comunicação.
Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo recorda Pinto Balsemão como "visionário, pioneiro, criativo, determinado, batalhador, democrata, social-democrata, europeísta e atlantista", que "esteve em quase todos os combates de meados dos anos sessenta até hoje".
"Portugal perdeu, hoje, uma das personalidades mais marcantes dos últimos sessenta anos. Na política, na sociedade, na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa."
"Portugal não o esquece. Portugal nunca o esquecerá", reforça Marcelo Rebelo de Sousa.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o Governo pretende decretar um dia de luto nacional para a data do funeral de Francisco Pinto Balsemão.
