Foi vítima de doença prolongada. Tinha 83 anos.
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Maria da Conceição Moita, resistente antifascista, morreu aos 83 anos, vítima de doença prolongada. Pertenceu ao grupo de católicos que se opuseram à ditadura de Salazar e chegou a ser presa pela PIDE, em dezembro de 1973, por ter colaborado com as Brigadas Revolucionárias. Acabou por ficar na prisão de Caxias até ao dia 25 de abril de 1974.
"Estavam a ser presas muitas pessoas ligadas a mim e eu achei que fazia sentido sair do país. Fui à TAP, comprei um bilhete de avião e a PIDE seguiu-me. Uma ou duas horas antes de partir estavam na minha casa para me prender", contou, mais tarde.
Antes, em 1972, Xexão, como era conhecida pelos amigos, esteve na organização da Vigília da Capela do Rato contra a Guerra Colonial. Um protesto de 48 horas que tinha como objetivo rezar pela paz.
Na infância e juventude, a resistente fascista teve uma educação cristã, que sempre assumiu.
"Já tive muitas crises, zangas profundas, mas a igreja é um pouco a minha casa e é o lugar onde posso, com outros, viver um caminho de procura de maior fidelidade ao Evangelho de Jesus. Mas a convivência profunda com não crentes é para mim um dado que não posso dispensar", explicou Maria da Conceição Moita, num testemunho para o projeto "Mulheres de Abril", citado pelo site Esquerda.net.
Nos últimos 20 anos da sua vida profissional trabalhou como professora na Escola Superior de Educação de Lisboa.