Fica para a história como o administrador que pediu desculpa pela queda do BES, assumindo "responsabilidade institucional".
Corpo do artigo
Morreu este sábado o antigo administrador do BES José Manuel Espírito Santo, aos 77 anos, vítima de doença prolongada. A notícia é avançada pelo ECO, que cita fonte próxima da família.
Primo de Ricardo Salgado, José Manuel Espírito Santo Silva encabeçou um dos cinco ramos da família do conselho superior do GES e liderou o Banque Privée Espírito Santo na Suíça. Foi o único a pedir desculpa aos clientes pela queda do BES.
"Gostava que as minhas primeiras palavras fossem dirigidas aos clientes, investidores e colaboradores que confiaram na marca Espírito Santo. Embora isso não remedeie as suas perdas e o seu sofrimento, quero dizer que lamento profundamente o que sucedeu", afirmou o antigo gestor na Comissão Parlamentar de Inquérito do BES em 2014, no Parlamento.
TSF\audio\2023\02\noticias\25\jose_manuel_espirito_santo_silva_bruto
"Uma coisa são as responsabilidades individuais, e isso será apurado pelas entidades competentes e eu assumo as minhas. Mas outra coisa é a responsabilidade institucional", afirmou. "Em meu nome pessoal e do ramo familiar que represento, quero deixar as minhas primeiras palavras a essas pessoas, que foi quem mais sofreu com tudo isto e que merecem pelo menos um pedido de desculpa institucional."
José Manuel Espírito Santo foi acusado de quase todos os processos relacionados com a queda do BES, menos o de associação criminosa. O seu advogado defendeu no Tribunal da Concorrência que o antigo administrador foi apenas um "ator secundário" na falência do BES.
O antigo gestor estava incapacitado desde 2019, altura em que sofreu um AVC que o deixou com lesões permanentes.