Artista tinha 72 anos e sofria de cancro.
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Morreu esta terça-feira o pintor e artista plástico Julião Sarmento, aos 72 anos, vítima de cancro, avança a RTP.
Além de se dedicar à pintura e artes plásticas, Julião Sarmento trabalhou com fotografia, desenho, vídeo e som.
Em 1997 representou Portugal na Bienal de Veneza e foi convidado a participar nas edições de 1980 e 2001, e assim como em exposições internacionais como a Documenta, em 1982 e em 1987, e na Bienal de São Paulo, em 2002.
As suas obras podem ser vistas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e na Fundação de Serralves, no Porto, mas também em museus internacionais como no Guggenheim de Nova Iorque ou no Tate Modern, em Londres.
No ano passado, o Julião Sarmento editou o livro de fotografia "Café Bissau", que reúne imagens captadas entre 1964 e 2017.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, destaca a capacidade de Julião Sarmento para se "reinventar".
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O primeiro-ministro António Costa lamentou "profundamente" a morte de Julião Sarmento, numa mensagem publicada no Twitter, considerando que deu um importante contributo para a internacionalização da arte portuguesa e que fez parte de uma geração que renovou a prática artística na década de 80.
Lamento profundamente a morte de Julião Sarmento. Fazendo parte de uma geração cosmopolita que renovou a prática artística nos anos 1980, Sarmento deu um importante contributo para a internacionalização da arte portuguesa. As mais sentidas condolências à sua família e amigos.
- António Costa (@antoniocostapm) May 4, 2021
Philippe Vergne, diretor do Museu de Serralves, destaca a "generosidade intelectual" de Julião Sarmento.
Em 2012, o Museu de Serralves, no Porto, organizou a mais completa retrospetiva até hoje realizada do seu trabalho, uma obra que mereceu também o reconhecimento com a atribuição do Prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA).
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O trabalho de Julião Sarmento é sobre a "complexidade de ser um humano", aponta, "sobre sedução, sobre o toque, sobre viver juntamente, sexualidade... Era mesmo um estudo em humanidade."
Para a diretora artística do museu Berardo, Julião Sarmento era um profissional de mão cheia que partiu cedo demais, mas que deixa marcas artísticas profundas em Portugal e no Mundo.
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Rita Lougares não esconde a tristeza com a partida de Julião Sarmento e fala de um homem excecional com quem dava gosto trabalhar.