Tinha 78 anos e usava um pseudónimo desde os 17.
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O escritor, comentador político e historiador Vasco Pulido Valente morreu, esta sexta-feira, aos 78 anos. A notícia é avançada pelo jornal Público , que acrescenta que o ensaísta - que foi também colaborador da TSF - estava internado em Lisboa.
Recorde aqui uma edição do programa "Pessoal... e Transmissível" com Vasco Pulido Valente, em 2006:
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É a Vasco Pulido Valente que se atribui a autoria do nome pelo qual ficou conhecida a solução governativa da última legislatura: a 31 de agosto de 2014, o autor publicava a crónica "A geringonça", cujo título viria a designar o acordo parlamentar composto PS, BE e PCP.
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Mais tarde, Paulo Portas viria a utilizar o termo num discurso feito na Assembleia da República: "Pedirei emprestado a Vasco Pulido Valente a definição da vossa manobra. Não é bem um governo, é uma geringonça."
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Nascido em Lisboa a 21 de novembro de 1941, Vasco Valente Correia Guedes adotou o pseudónimo Vasco Pulido Valente quando tinha 17 anos. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, Pulido Valente concluiu o Doutoramento em História pela Universidade de Oxford.
O autor foi entrevistado António Tavares-Teles em 2001:
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Trabalhou como investigador-coordenador do Instituto de Ciências Sociais e lecionou e no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, na Universidade Católica e na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.
Foi colunista dos jornais Público, Expresso, Diário de Notícias, A Tarde e O Independente. Trabalhou ainda como comentador da TSF, da Rádio Comercial e da TVI.
Entre os livros que publicou, contam-se "Os Militares e a Política: 1820-1856", "A República Velha: 1910-1917", "Marcelo Caetano: As Desventuras da Razão", "De mal a pior" e "O fundo da gaveta", estes dois últimos, os mais recentes, publicados pela D. Quixote.
Foi secretário de Estado da Cultura no Governo de Francisco Sá Carneiro nomeado em 1979.
Nas legislativas de outubro de 1995 foi eleito deputado - ainda que independente - pelo PSD, mas quatro meses depois renunciou ao cargo em solidariedade com o então líder social-democrata - que estava de saída - Fernando Nogueira, declarando-se desiludido com a instituição e a vida parlamentar.