Mota Pinto elogia "dinâmica de combate político" de Montenegro e está pronto para ajudar
São as primeiras palavras do líder parlamentar do PSD sobre Luís Montenegro e vêm com um elogio sobre "dinâmica de combate político" do recém-eleito presidente. Já sobre referendo à eutanásia, Mota Pinto diz que posição ainda está em aberto.
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Paulo Mota Pinto não falou sobre Luís Montenegro na reunião da bancada parlamentar, não falou aos jornalistas depois da reunião, mas não conseguiu não dizer nada no almoço do International Club, em Lisboa: "Acho que [Luís Montenegro] pode trazer uma dinâmica de combate político que espero que - e farei todo o possível - para que favoreça o PSD".
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As palavras, em jeito elogioso, surgem na sequência de uma pergunta de um comensal deste clube que perguntou ao atual líder parlamentar sobre eventuais aspirações a presidir ao PSD. Ora, Mota Pinto deixou claro que "não é algo que esteja nos planos" e que "nunca esteve", sublinhando que é até deselegante falar de eleições no PSD tendo sido eleito um presidente há tão pouco tempo.
A pergunta já tinha sido colocada, ao que a TSF apurou, na reunião da bancada parlamentar na manhã desta quinta-feira, mas aí o atual presidente deu "uma resposta vaga" aos deputados. "Vamos ver", terá dito o líder parlamentar na reunião, de acordo com relatos feitos à TSF.
Também vago foi sobre o tema da eutanásia que, na próxima semana, vai ter palco no parlamento. Nomeadamente, a proposta de realização de um referendo, sendo que a posição social-democrata está atualmente por definir.
Quem fez a pergunta foi um velho conhecido da política portuguesa, o centrista Ribeiro e Castro, que quis saber o que vai fazer o PSD quando for chamado a votar. Mota Pinto, "lamentando desiludir" o antigo presidente do CDS, diz que não pode revelar a decisão porque o grupo parlamentar ainda não decidiu.
E aí, outra referência a Luís Montenegro. "Neste momento está em aberto. Ouvi defender essa posição [do referendo] pelo líder recentemente eleito que só entra em funções, como ele próprio disse, a 4 de julho. Temos de definir uma posição sobre isso, não quero estar aqui, até por isso, a dizer-lhe a minha posição pessoal", responde, dando a entender que ainda não foi tema entre líder da bancada e líder eleito do partido.
Neste almoço onde vários deputados social-democratas também fizeram questão de marcar presença, Mota Pinto fez uma intervenção de fundo centrada naqueles que considera ser os problemas de Portugal e que passam pelo fraco crescimento económico e as tão faladas mas não realizadas reformas na justiça e no sistema político.
Nesse campo, tempo houve para recordar José Sócrates e compará-lo a António Costa. "O engenheiro Sócrates, com todos os defeitos que tinha, era mais reformista e mostrava mais vontade de atacar alguns interesses instalados do que o atual primeiro-ministro. Este é o meu diagnóstico e acho que é importante [dizê-lo], no início de legislatura, quanto mais não seja para tentar incentivar e promover a vontade de fazer reformas", diz sorridente.