Algarve contava arrecadar 80 milhões com o Moto Grand Prix, mas sem presença de público só espera chegar aos seis milhões
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O turismo do Algarve prevê que a região encaixe apenas seis milhões de euros com a realização do Moto GP no autódromo de Portimão, revela à TSF o presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes. Isto quando a previsão inicial, com público, era de 80 milhões de receita direta.
"Nós tínhamos uma estimativa de impacto desta iniciativa com público de cerca de 80 milhões de euros que obviamente não não se verificará", lamenta.
Resta fazer contas à receita direta associada à presença de mais de três mil pessoas da organização, incluindo das equipas de Moto GP 2 e 3, e respetivas equipas do suporte, dos jornalistas e outras pessoas "exteriores à região".
"Terão um impacto total nos seus consumos no alojamento, na restauração, nas compras que fazem no local, de cerca de seis milhões", estima João Fernandes, o que representa "uma redução significativa em termos de impacto receita".
O presidente do Turismo do Algarve, ressalva, no entanto, que não se pode ter apenas em conta as receitas diretas quando se acolhe uma grande competição desportiva como esta. Acaba por ser também uma forma de promover a região, destaca.
"Só a televisiva chega a 428 milhões de lares em todo o mundo. Nos canais digitais os grandes prémios de Moto GP em 2019 tiveram alcance de 6.7 biliões e de 1.25 biliões de vídeos visionados, portanto a capacidade de dar a conhecer um território, um destino turístico, um país, através de eventos é muitíssimo importante e não se fixa apenas no momento em que se realiza a prova, é sobretudo centrada naquilo que o território tem para oferecer."
Quanto aos investimentos já feitos, o presidente do Turismo do Algarve explica que foram apenas realizadas campanhas de comunicação nos meios digitais. Considera, por isso, que o dinheiro gasto não se perde.
"Não temos um investimento significativo, e ele é todo ganho independentemente de ter público ou não, e depois, durante o acontecimento e após, vai no mesmo sentido, portanto não há aqui perda desse investimento."
"Bem pelo contrário", reforça, "porque infelizmente estamos num ano em que os conteúdos à distância são aqueles que produzem mais efeito."
Em relação à Fórmula 1, o impacto previsto para o turismo também era de 80 milhões, mas as contas ainda não foram fechadas.
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