Motoristas dos transportes urbanos de Coimbra iniciam paralisação parcial de sete dias

Servicos Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC)
Bruno Pires (Arquivo Global Imagens)
Os motoristas dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) iniciam esta segunda-feira uma greve de sete dias. Os trabalhadores alegam incumprimento da empresa quanto ao horário de trabalho.
A greve dos motoristas dos SMTUC dura até 7 de agosto e vai decorrer às duas primeiras horas de cada turno e às últimas duas. Em causa estão as deslocações entre os locais onde começa e termina o trabalho que ficou acordado com a empresa seria considerado horário de trabalho. Segundo Manuel Oliveira, do Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT), "não houve" resultados na aplicação do acordo.
"Qualquer trabalhador independentemente da categoria profissional que tenha, tem de ser saber qual o local exato onde inicia o seu serviço e qual o local exato onde o termina. E obviamente que estes trabalhadores tem de terminar o seu serviço no mesmo local onde o iniciam. Aquilo que dissemos, e ficou acordado entre os SMTUC e o sindicato, é que caso isso não venha acontecer ou não aconteça, a deslocação entre o fim de serviço e o seu início, caso não seja coincidentes, faz parte integrante do horário normal de trabalho. Não estamos a pedir nada de especial", defende.
O dirigente sindical conta que a esta questão dos horários de trabalho junta-se a possibilidade de os SMTUC serem internalizados no Departamento de Mobilidade da Câmara Municipal da Coimbra. A proposta deverá ser discutida em setembro, depois de ter sido retirada da ordem dos trabalhos de uma reunião marcada para meados de julho. Segundo o que já foi avançado, a intenção é otimizar recursos humanos, com redução de despesas, prevendo-se a reafetação de funcionários.
Manuel Oliveira refere-se a esta proposta como uma "uma questão nova, que veio a posteriori do pré-aviso" de greve. De acordo com o dirigente sindical a internalização dos SMTUC "causou, e está a causar, algum stress e ansiedade a estes trabalhadores, porque não sabemos qual o pormenor".
Sobre a escolha o período de 1 a 7 de agosto, Manuel Oliveira conta que foi considerado "o que menos perturbação iria causar". "Isto é só para dar um sinal à Câmara [Municipal de Coimbra] e à administração dos SMTUC". O dirigente lança que, "caso esse sinal não seja suficiente", podem avançar com novas ações de luta "numa época já escolar". "Coisa que não estamos interessados em fazer. Estamos interessados é resolver o problema", afirma o dirigente sindical.
A paralisação vai durar sete dias, com Manuel Oliveira a antever "um impacto significativo" nos serviços de transporte urbano, daí que peça "desculpas" aos utilizadores dos SMTUC pelos constrangimentos.
Sobre esta greve, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva afirma respeitar, mas diz não compreender. "Durante oito anos não houve greves nos SMTUC. Estamos a governar Coimbra há nove meses e já temos uma greve relativamente a um acordo que existe para os serviços camarários e não é juridicamente aplicável aos SMTUC, não tendo nós retirado nenhum direito aos trabalhadores relativamente àquilo que foram os últimos oito anos e tendo nós manifestado total disponibilidade para dialogar as condições futuras e aquelas que são as exigências dos trabalhadores".
O autarca nota ainda estar em "curso um processo de eventual inclusão dos SMTUC na estrutura da Câmara" o que levaria a que "automaticamente o acordo que está em vigor na Câmara passaria também a vigorar para os funcionários dos SMTUC".