Motoristas e parceiros TVDE manifestam-se em Lisboa para reivindicar melhores condições de trabalho
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional Movimento TVDE, Vítor Soares, explica que o protesto quer impedir que sejam aprovadas as propostas do PSD e da Iniciativa Liberal, que, segundo o dirigente sindical, vão prejudicar muito as condições de vida dos trabalhadores do setor
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Motoristas e parceiros TVDE e estafetas de entregas de comida manifestam-se esta segunda-feira, em Lisboa, para “transmitir publicamente a sua insatisfação” e reivindicar melhores condições de trabalho no setor.
O protesto, organizado pela Associação Nacional Movimento (AMN) TVDE, tem início no Campo Grande, seguindo depois para a Assembleia da República.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional Movimento TVDE, Vítor Soares, explica que a manifestação quer impedir que sejam aprovadas as propostas do PSD e da Iniciativa Liberal para o setor. O dirigente sindical afirma que as medidas vão prejudicar muito as condições de vida destes trabalhadores.
"Se nós já andamos a trabalhar em dumping, uns com os outros, na luta de viagens, não conseguimos negociar com as plataformas para subirem os valores das viagens, com as propostas da Iniciativa Liberal e do PSD e com os veículos particulares a poderem ser inscritos diretamente na plataforma sem a constituição de uma empresa, vamos invadir o setor de TVDE de veículos. Não iremos certamente conseguir criar um equilíbrio do setor, de sustentabilidade e da rentabilidade", afirma Vítor Soares, em declarações à TSF.
O presidente da Associação Nacional Movimento TVDE garante que, se as novas regras avançarem, mais de 70% das empresas do setor ficam em risco de fechar. Além destas reivindicações, a associação pede que seja criado um regulador e um valor mínimo por quilómetro, que, na opinião de Vítor Soares, deve situar-se nos 80 cêntimos por quilómetro.
"Sem existir este valor mínimo pré-estabelecido por este regulador, nunca vamos conseguir negociar com as plataformas. As plataformas são meramente intermediárias, decidem um valor que estão a atribuir unilateralmente, são eles que atribuem o valor sem consultar os operadores, sem consultar os motoristas, e nós estamos todos aqui a trabalhar numa situação muito desagradável em que chegamos ao ponto de uma escravidão do trabalho, sem ter um valor mínimo atribuído. Há colegas que já estão a trabalhar a 35 cêntimos ao quilómetro e certamente vão chegar aos 20 cêntimos por quilómetro", sublinha.
Quatro meses depois da última manifestação, em setembro, as reivindicações de motoristas e parceiros (empresários) de transporte individual de passageiros em veículos descaracterizados (TVDE) permanecem as mesmas, nomeadamente o aumento das tarifas TVDE e a definição de um valor mínimo por quilómetro/tempo em cada viagem, entre outras.
Já as reivindicações dos estafetas de entregas de comida prendem-se com o fim dos multiplicadores, um aumento para o mínimo de três euros nas tarifas de entrega e o regresso do atendimento presencial para os estafetas.
