Os aristas destacam, em declarações à TSF, o "slot mesmo ótimo" oferecido pelo festival, um evento em que prometeram "dar o máximo possível".
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Recusando-se a subir ao grande palco e privilegiando a proximidade com o público, o duo Moullinex e GPU Panic, que foi uma das últimas atuações da 27.ª edição do festival Super Bock Super Bock, assume que o género musical que tocam é "melhor experienciado pelo público quanto mais tarde for" o concerto.
"Acho que estamos no habitat natural", confessou Moullinex, o alter-ego de Luis Clara Gomes, à TSF, momentos antes da atuação da madrugada deste domingo.
Satisfeitos com o "slot bom" que o evento dá às bandas nacionais, "uma exceção em relação ao que acontece em muitos festivais", o viseense revela que o Super Bock Super Rock acedeu a "todos os pedidos" do duo, no que diz respeito "a tocar no meio do público, a tocar com laser e a tocar à noite", permitindo um espetáculo mais personalizado.
"É mesmo gratificante ver um bocadinho o que é uma exceção em muitos festivais, que não dão um slot bom a bandas nacionais. Este é um promotor que não faz isso. Fomos brindados com um slot mesmo ótimo e por isso vamos dar o máximo possível, até vamos estriar um tema novo. Dentro dos 60 minutos vamos dar tudo", assegurou.
Numa apresentação que foi feita a dois, os artistas sublinharam que no sábado fez "precisamente" sete anos desde que Guilherme Tomé Ribeiro se juntou, com a sua guitarra, a Luis Clara Gomes, pelo que a apresentação conjunta dos dois artistas "foi só formalizar ou dar nome a uma dinâmica que já existia".
"Depois desafiei o Gui a cantar comigo, a compormos juntos, entretanto, fazia sentido - o nosso corpo de trabalho já é tão grande - apresentarmo-nos em formato duo, especialmente quando a lógica é estarmos a voltar à pista de dança de um ponto de vista físico", contou.
A opção de tocarem juntos foi então apenas a "materialização de uma coisa que já acontecia".
"Atrás da cortina há muito tempo que já trabalhamos juntos em muita coisa e se calhar porque não apresentarmo-nos assim ao vivo também", continuou.
Apesar de ser um evento que tem no nome "Super Rock", a presença destes dois nomes no cartaz abre a porta para a música eletrónica entrar num universo que deixa de pertencer a apenas um género musical. Os artistas esclarecem ainda que ao contrário do que se possa achar, a atuação não se vai assemelhar a um DJ set.
"Aqui é mesmo um live no sentido em que realmente estamos a tocar e a cantar. Temos uma série de instrumentos e parafernália, que para muita gente às vezes se pode aproximar de um DJ, porque é música de dança que ouvem um DJ a tocar, mas aqui não. Aqui está a ser feito ao vivo por duas pessoas frente a frente no meio do público", explicou.
Questionados sobre se é preciso ser uma pessoa noturna para produzir este tipo de música, os artistas negam e afirmam que a rotina que levam é, na verdade, "anti-noturna".
"Gostamos de ambiente noturno, mas o nosso dia a dia e as nossas rotinas são muito anti-noturnas. Trabalhamos muito de dia, muito cedo", disse Guilherme Tomé Ribeiro. "Vivemos naquela dualidade quase esquizofrénica de no fim de semana nos deitarmos à hora a que nos estávamos a levantar durante a semana e depois obviamente que é preciso compensar ao domingo", acrescentou Luís Clara Gomes.