Movimento inorgânico de polícias ameaça não assegurar segurança do Rali de Portugal, Queima das Fitas no Porto e jogos de futebol
O porta-voz da plataforma que junta os sindicatos da PSP e da GNR avisa na TSF que um protesto nesta altura não faz qualquer sentido.
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Um movimento inorgânico de polícias fez um ultimato ao Governo. Se até 10 de maio não houver entendimento os políticas não vão fazer gratificados a 11 e 12 de maio, no fim de semana em que decorre o Rali de Portugal.
Numa carta enviada às forças de segurança, a que o Expresso teve acesso, este movimento escreve que não vai assegurar ainda a segurança da Queima das Fitas no Porto nem os jogos de futebol. Em resposta, o porta-voz da plataforma que junta os sindicatos da PSP e da GNR, Bruno Pereira, avisa que um protesto nesta altura não faz qualquer sentido e descarta qualquer envolvimento da plataforma neste movimento.
"A plataforma não deliberou sobre qualquer tipo de forma de protesto e, se o fizesse, seria completamente fora de tempo, já que iremos ter uma reunião na próxima segunda-feira e, portanto, o que fizemos foi: à data de ontem, no dia de ontem, comunicámos formalmente à ministra que exigimos que seja o ministério a apresentar a forma e o plano de ação relativamente à atribuição do suplemento de missão. Assim, os sindicatos não iriam fazê-lo e esperavam que houvesse bom senso por parte deste governo em respaldar tudo aquilo que foi dito ao longo de semanas e que foi vinculado agora pela pessoa do senhor primeiro-ministro, com todos os líderes dos demais partidos, inclusive do senhor Presidente da República. Não faz sentido nenhum estarmos a projetar medidas de protesto quando, acima de tudo, no que temos de nos focar neste momento é em negociar a forma como vamos atribuir subsídio de missão e serenar e apaziguar os profissionais das forças de segurança", esclareceu à TSF Bruno Pereira.
Perante as alegadas ameaças de boicote a alguns eventos desportivos, o porta-voz da plataforma de sindicatos desvaloriza e assegura que os polícias vão cumprir os deveres que têm.
"Já no passado, durante um momento quente dos protestos, houve inclusivamente várias notas similares da mesma natureza apelando ao boicote, dizendo que iam parar aqui e acolá e o que vimos não foi nada disso. A única situação que tivemos - e não vou catalogar como fraudulenta porque está sob investigação - foi a questão de um jogo desportivo em Famalicão. Como digo, ao longo de imensas semanas, meses, não tivemos em momento algum os polícias a falhar e a desonrar o seu compromisso e a sua resposta para com a comunidade numa área tão vital quanto a sua segurança. Não creio que seja importante e que mereça qualquer tipo de validade dar lastro a essa manifestação. O que fará sentido é focarmo-nos na reunião que iremos ter segunda-feira com a ministra e esperar que de lá surja algo que venha pelo menos serenar os polícias quanto às expectativas legítimas e justas que criaram à volta desta questão", acrescentou o porta-voz da plataforma que junta os sindicatos da PSP e da GNR.
