Movimentos de "ódio". Amnistia Internacional pede que polícias não se deixem usar
A Amnistia Internacional de Portugal deixou um apelo às polícias para que não se deixem instrumentalizar por qualquer minoria infiltrada com o objetivo de espalhar o ódio e a violência. Na perspetiva da Amnistia, a estes grupos "não interessa as soluções, mas sim agravar os problemas".
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O nível de risco associado aos protestos desta quinta-feira das forças de segurança agravou-se, com a adesão do movimento Zero, criado nas redes sociais e do qual não se conhecem os líderes. Mas a esse risco acresce a possibilidade de infiltração de elementos ligados à extrema-direita.
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A Amnistia Internacional de Portugal deixou um apelo às polícias para que não se deixem instrumentalizar por qualquer minoria infiltrada com o objetivo de espalhar o ódio e a violência. "Desde os últimos anos para cá alguns movimentos populistas, e até partidos políticos, como o PNR e o recém-formado partido Chega, na figura do deputado eleito André Ventura, e também o movimento Zero de que se desconhecem os organizadores, têm tentado instrumentalizar aquilo que é o descontentamento profissional dos polícias para o capitalizar e transformar num discurso dividido e mesmo de ódio", conta o diretor da Aministia Internacional em Portugal.
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Pedro Neto alerta para que possam existir núcleos com a intenção de "capitalizar votos". Na perspetiva da Amnistia, a estes grupos "não interessa as soluções, mas sim agravar os problemas". Por isso, esta quinta-feira os protestos merecem especial cuidado: "No meio de muitos agentes de polícia que podem estar a manifestar-se por reivindicações que podem ser justas poderá estar uma minoria infiltrada, que tem o propósito da divisão, da violência e de espalhar o ódio."
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O diretor da instituição diz mesmo que os agentes da polícia e os militares da Guarda Nacional Republicana devem ser audazes contra quem os quer usar. "Os agentes profissionais têm de ser inteligentes e audazes para não se deixarem instrumentalizar por movimentos que os querem usar e manipular e que deles só querem capitalizar o voto, a violência e a desordem", aponta.
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Pedro Neto deixa portanto um aviso final: "Uma manifestação dos agentes de segurança, daqueles que têm à sua guarda a nossa segurança, deve ser exemplar em termos de correção e de manifestação pacífica."
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