O procurador Marques Vidal diz que há contradições entre o que Mário Lino disse em Aveiro e na Instrução e dúvidas sobre a data em que o ex-ministro se encontrou com Luís Pardal.
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O Ministério Público de Aveiro quer a instauração de um processo-crime contra o ex-ministro Mário Lino por alegadas falsas declarações no processo Face Oculta.
Na base desta pretensão, está o facto de o Ministério Público de Aveiro entende que este ex-ministro entrou em contradição ao dizer uma coisa no tribunal de Aveiro e ao dizer outra ao Juiz de Instrução Criminal em Lisboa.
Após ser ouvida a gravação relativa ao que Mário Lino tinha dito na instrução, o procurador Marques Vidal insistiu na existência de contradições sobre a reunião que Mário Lino, enquanto ministro das Obras Públicas, teve com o empresário Manuel Godinho.
Marques Vidal entende ainda que existem contradições no que toca à data em que Mário Lino disse ter falado com o então presidente da REFER, Luís Pardal, e a data em que este ex-responsável da REFER garante ter falado com Mário Lino.
Entre estas datas, há um ano de de diferença, uma vez que Mário Lino fala em 2008, ao passo que Luís Pardal insiste em 2009.
O Ministério Público de Aveiro entende que para apurar a verdade e credibilizar a acusação deve ter acesso a uma cópia das declarações feitas no Tribunal de Instrução de Lisboa por Manuel Godinho, Armando Vara e Lopes Barreira.