"Muito merecido." Luís Aleluia, eterno Tonecas, é homenageado este sábado em Lisboa
Filipe Vargas, ator no espetáculo "Noite de reis", antecipa, em declarações à TSF, uma noite com "imensa música, não só clássica, como também contemporânea" e ainda alguns poemas escritos pelo próprio Luís Aleluia, lidos "por atores".
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Três meses depois da morte de Luís Aleluia, o eterno Tonecas, é cumprida este sábado uma promessa que lhe tinha sido feita: a de organizar um concerto de angariação de fundos para a instituição Casa do Gaiato.
Luís Aleluia, que morreu em junho aos 63 anos, vai ser homenageado com um concerto, em Lisboa, às 18h00, no palco do Teatro Armando Cortez, que reúne a equipa do espetáculo "Noite de reis", um dos últimos no qual participou.
Filipe Vargas, um dos atores desta peça, sublinha, em declarações à TSF, que esta é uma "homenagem muito sentida e merecida pelas pessoas que fizeram com o Luís o último espetáculo dele".
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"Quando aconteceu o que aconteceu nós todos ficamos petrificados, mas também não queríamos que ficasse só uma notícia triste no ar e queríamos exaltar o Luís como era como pessoa e não há melhor maneira de fazê-lo do que através da arte e das coisas que nós sabemos fazer", explica o ator, que adianta que para a noite deste sábado está reservada "imensa música, não só clássica, como também contemporânea" e ainda alguns poemas escritos pelo próprio Luís Aleluia, lidos "por atores".
A equipa de "Noite de reis", uma criação do Teatro do Eléctrico com encenação de Ricardo Neves-Neves, cumpre desta forma "uma promessa feita a Luís Aleluia, de organizar um concerto de angariação de fundos para a Casa do Artista".
A receita dos dois espetáculos, que incluem, entre outros, "momentos de música clássica, peças a solo para piano e acordeão, música da autoria do ator João Tempera e um ensaio sobre a importância do humor pelo ator Filipe Vargas", irá reverter na íntegra para a Casa do Artista. Os bilhetes para este sábado encontram-se, neste momento, esgotados.
Luís Aleluia fazia parte da direção da Casa do Artista, projeto ao qual se dedicava desde a sua fundação.
Luís Filipe Aleluia da Costa nasceu em Setúbal a 23 de fevereiro de 1960, numa família separada e pobre, o que o levou à Casa do Gaiato, na terra natal, onde viveu durante sete anos, e onde aprendeu os "valores que ficam para a vida", como disse em entrevista a Manuel Luís Goucha, na TVI, em 2021, quando completava 40 anos de carreira: lealdade, fraternidade, cumplicidade, "o valor do trabalho, o respeito pela liberdade do outro".
O gosto pelo palco teve origem na infância, nos anos de 1960-1970, com as galas da Casa do Gaiato e atuações em diferentes grupos amadores, seguindo-se a profissionalização, na viragem para a década de 1980, no Teatro de Animação de Setúbal (TAS).
A base do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa tem na revista "Há, mas são verdes!" o registo mais antigo da sua presença em palco. Foi em 1982, no Teatro Variedades, em Lisboa.
Com mais de uma década de palco, o maior sucesso da carreira de Luís Aleluia vem da televisão, em 1996, quando recuperou "As Lições do Tonecas", com o ator José Morais e Castro, na RTP, e transformou o antigo programa de rádio das décadas de 1930-1940, de José de Oliveira Cosme, numa produção de quatro temporadas e 50 episódios.
"As Lições do Tonecas" multiplicaram-se ainda por espetáculos levados às comunidades portuguesas, em todo o mundo, e deram origem a especiais como "O Natal do Tonecas", "As Férias de Tonecas" e "Tonecas Regressa às Aulas".
Em televisão integrou também os elencos de séries como "Os Homens de Segurança", "Sétimo Direito", "O Cacilheiro do Amor" e "Festa é Festa", atualmente em exibição na TVI, produções como "Alves dos Reis" e "O Processo dos Távoras", e telenovelas como "Passerelle", "Na Paz dos Anjos" e "Filha do Mar".
Além disso, fez sketches de comédia em programas como "Os Malucos do Riso", "Praça da Alegria" e "Portugal no Coração".