"Muitos doentes viram as consultas adiadas." No primeiro dia de greve dos médicos, a adesão foi de 70%
Em declarações à TSF, a presidente da Federação Nacional dos Médicos lamenta que os doentes sejam confrontados com "constrangimentos", mas Joana Bordalo e Sá responsabiliza o Ministério da Saúde, "que mantém a intransigência e a inflexibilidade de querer negociar"
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O primeiro dia de greve dos médicos, convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam) e que aconteceu na terça-feira, "teve uma adesão na ordem dos 70%". O balanço foi feito por Joana Bordalo e Sá à TSF.
A presidente da Fnam admite que "houve constrangimentos a nível dos blocos operatórios e de consultas". E acrescenta: "Infelizmente, muitos doentes viram as suas consultas e as suas cirurgias adiadas, mas o único responsável por isto é mesmo o Ministério da Saúde de Ana Paula Martins, que mantém a intransigência e a inflexibilidade de verdadeiramente querer negociar com os médicos."
Joana Bordalo e Sá insiste que a revisão das grelhas salariais deve ser discutida já este ano e não apenas em 2025, como está definido pelo Governo.
A responsabilidade de uma eventual continuação da luta dos médicos é da tutela: "Deveria haver razoabilidade por parte do Ministério da Saúde em, de facto, negociar com os médicos aquilo que é importante. Se tal não acontecer, a luta vai endurecer, obviamente, porque os médicos não desistem de lutar, não só pela sua valorização salarial e da própria carreira, mas, acima de tudo, não desistem de defender o Serviço Nacional de Saúde", remata.
A luta é em nome de melhores condições de trabalho e salários "mais justos para os 31 mil médicos no SNS".
