"Muitos entram sem fazer teste à Covid-19." Rio está "muito preocupado" com fronteiras

Rui Rio
Lusa
O líder do PSD considera, depois da reunião com os membros do SEF, que a falta de recursos humanos e de condições nas instalações do SEF levam a casos como o do ucraniano que morreu no Aeroporto de Lisboa.
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Rui Rio alerta que não estão a ser feitos testes à Covid-19 aos cidadãos que chegam a Portugal. Após uma reunião com representantes dos trabalhadores e sindicatos do SEF, o líder do PSD mostrou-se "muito preocupado" com os relatos que ouviu e disse mesmo que "não queria ir mais além".
"Não há um controlo capaz das fronteiras portuguesas, há muita deficiência na forma como se estão a controlar as fronteiras portuguesas. O exemplo que estou a dar é que, inclusive, cidadãos que não trazem o teste feito ou têm de o fazer aqui, muitos entram sem o fazer", apontou o líder do PSD, alertando ainda que "há casos de uma gravidade maior" do que os que relata.
O presidente do PSD diz ter ficado "muito preocupado" com o que percebeu da "fiscalização que se está ou não se está a fazer nas fronteiras portuguesas".
A reunião com os elementos do SEF deixou Rui Rio consciente de que "há falta de meios humanos e de instalações". O líder social-democrata exemplificou que essa falta de instalações leva a que "estejam mais de 100 pessoas a aguardar repatriamento em locais onde só cabem 50, o que gera tensões altamente indesejáveis e que podem levar a abusos, nunca como aquele que aconteceu com o cidadão ucraniano, ainda assim é conveniente que instalações sejam adequadas ao necessário".
Questionado sobre as medidas do Governo relativamente ao Reino Unido, Rui Rio está de acordo, mas, depois da reunião, teme que não haja controlo dos cidadãos que precisam de um teste para entrar em território nacional. "Se temo, face ao que ouvi aqui, que não seja fiscalizado? Temer posso temer, mas não há de ser uma quantidade assim tão grande que não permita uma fiscalização adequada", afirma.
Ainda sobre o SEF e o tweet que fez sobre as sondagens e a subida do Governo, Rui Rio não se arrepende e justifica que "a sondagem é quase um insulto è inteligência". "Com tudo aquilo que tem acontecido no país de desgoverno, em que o caso mais grave é a morte do cidadão ucraniano, eu acho que é quase um insulto dizer que o PS e o Governo continuam a subir no apoio e simpatia dos portugueses. É essa a ironia que aí está", esclareceu.
Eu, cá por mim, não precisava da sondagem do Expresso para nada. É mais do que evidente que, face aos últimos acontecimentos políticos, o Governo e o PS só podiam estar a subir. Mais uma morte no aeroporto e "a coisa" vai à maioria absoluta. Força nisso! https://t.co/iIlZqJvAJy
- Rui Rio (@RuiRioPSD) December 17, 2020
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Passos Coelho "tem todo o direito em falar"
Questionado se concorda com o diagnóstico do ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho que acusou na sexta-feira o Governo, no caso SEF, de estar a fazer "uma fuga às suas responsabilidades", Rio respondeu afirmativamente.
"Sim, eu concordo que este Governo, não só nesta matéria, como em muitas outras, tem sempre tendência à fuga às responsabilidades, isso é permanente. Nesta questão do SEF, o Governo e em particular o ministro da Administração Interna andou a fugir às suas responsabilidades. Isso é evidente, para mim e para os portugueses, apesar de não parecer refletidos nas sondagens", disse.
E à pergunta se se sentia confortável com "as aparições" de Pedro Passos Coelho, o atual presidente do PSD respondeu: "Nem fico confortável, nem desconfortável, tem todo o direito em falar no momento em que entende que deve falar, porque não?".