Leonor Cipriano fica em liberdade condicional após cumprir cinco sextos da pena. Continua a afirmar que foi condenada injustamente depois de ser obrigada a confessar um crime que não cometeu.
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Leonor Cipriano, a mulher condenada em 2004 pelo homicídio da filha, em Portimão, Algarve, saiu esta quinta-feira em liberdade condicional.
À saída da cadeia de Odemira, depois de ter cumprido 15 anos e quatro meses de prisão, Leonor Cipriano reiterou a tese de que está inocente.
"Fui condenada sem provas. Não matei a minha filha. Nunca lhe faria mal. Só confessei tudo porque fui agredida na PJ de Faro", cita o Jornal de Notícias.
Leonor Cipriano e o irmão, João Cipriano, foram acusados pela morte de Joana, de 8 anos, e condenados a 16 anos e 8 meses de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Segundo o advogado Marco Zaragão Correia, Leonor Cipriano teria dado a sua filha ao irmão para que ele a entregasse a terceiras pessoas em troca de dinheiro. Embora não explique como, nem porquê, a defesa disse que a entrega correu mal e que Joana terá sido assassinada.
Joana desapareceu no dia 12 de setembro de 2004, depois de ter saído de casa para ir às compras a pedido da mãe e do tio, e nunca mais voltou a ser vista.
A mulher confessou o crime, mas alega que só o fez porque foi agredida e torturada por elementos da Polícia Judiciária durante a investigação.
Em 2008, contou em tribunal que foi obrigada a ajoelhar-se em cima de cinzeiros e que lhe bateram com uma grossa lista telefónica na cabeça durante cerca de uma hora. Disse ainda ter prestado declarações praticamente sem dormir e muito cansada.
O tribunal de Faro deu como provadas as agressões. Gonçalo Amaral, ex-coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Portimão, foi condenado a um ano e meio, o inspetor António Nunes Cardoso foi condenado a dois anos e três meses e os restantes foram absolvidos.
Leonor Cipriano acabou por ser condenada a mais sete meses de prisão por declarações contraditórias durante o julgamento.