À TSF, a deputada Patrícia Gilvaz reforça que o evento "se trata de uma coisa com elevada responsabilidade financeira".
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A Iniciativa Liberal (IL) quer saber "quais são os custos que o Governo português estima com a realização" do Mundial 2030. Depois de um primeiro chumbo do Partido Socialista (PS), a IL avança esta quarta-feira com um pedido de uma audição da ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, para esclarecer os contornos da candidatura de Portugal, ao lado de Espanha e de Marrocos.
"O estádio de Braga, aquele construído na altura do Euro 2004 e que custou cerca de 200 milhões de euros, está agora à venda pela autarquia por um mínimo de 15 milhões de euros. Isto tem grandes consequências na gestão financeira destes tipos de infraestruturas", afirma, em declarações à TSF, a deputada liberal Patrícia Gilvaz.
"Eu sou muito adepta de futebol e gostaria muito de ver o Mundial 2030 em Portugal, mas também tenho noção de que se trata de uma coisa com elevada responsabilidade financeira", acrescenta.
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Logo no dia em que foi anunciado que Portugal, Espanha e Marrocos vão organizar o Mundial de Futebol de 2030, os liberais manifestaram a intenção de ouvir no parlamento Ana Catarina Mendes, mas o requerimento acabou por ser rejeitado a semana passada em comissão parlamentar devido ao voto contra do PS.
Esta quarta-feira, a IL apresenta na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto um pedido potestativo, ou seja, com caráter obrigatório, de audição urgente da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares.
Com esta audição, a IL pretende saber "quais são os custos que o Governo português estima que vai ter com a realização deste evento? Por outro lado, se já existe algum estudo relativamente ao impacto e ao retorno financeiro que a realização deste evento vai trazer para Portugal?"
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Patrícia Gilvaz esclarece que o partido também quer saber "se vão existir mecanismos de controlo e de transparência" e os portugueses vão ter acesso ou não ao possível estudo sobre o Mundial 2030.
A Jornada Mundial da Juventude que decorreu este ano em Lisboa também não foi esquecida pelos liberais, que apontam uma organização com "grandes entropias, dificuldades e atrasos" que resultaram num "número elevadíssimo de ajustes diretos".
O Campeonato do Mundo de futebol de 2030 vai ser organizado por Portugal, Espanha e Marrocos, anunciou em 4 de outubro a FIFA.
Portugal estreia-se em Mundiais, depois de ter recebido o Euro2004, a Espanha o Euro1964 e o Mundial1982, enquanto Marrocos acolheu a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988.
Esta vai ser a primeira vez que um Mundial será repartido por seis países. Uruguai, Argentina e Paraguai vão receber três jogos do Mundial, como forma de "celebrar o centenário" da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.