Mundo do documentário a partir desta segunda-feira em Melgaço com 32 filmes a concurso
Identidade, memória e fronteira, são os temas centrais do MDOC Festival Internacional de Documentário, que decorre a partir desta segunda-feira até 6 de agosto, em Melgaço.
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O evento decorre em vários pontos do concelho de Melgaço e com atividades diversas, desde um
curso de verão a residências cinematográfica e fotográfica, um encontro internacional de literacia, exposições, visitas ao museu Museu Jean-Loup Passek, projeções dos filmes a concurso e cinema ao ar livre, debates com realizadores nacionais e internacionais, masterclasses e até uma oficina de cinema com telemóvel.
O MDOC é organizado desde 2014, pela Câmara de Melgaço em parceria com a AO NORTE - Associação de Produção e Animação Audiovisual, e segundo o diretor do festival, Carlos Viana, o evento "tem vindo a crescer".
Este ano 170 pessoas inscreveram-se para participar nos trabalhos e há mais de três dezenas de filmes a concurso.
"Vamos ter filmes um pouco de toda a parte do mundo. Costumamos dizer que vamos ter o mundo em Melgaço", declarou Carlos Viana à TSF, referindo que aos prémios Jean-Loup Passek e D. Quixote, promovidos no âmbito do festival, concorrem este ano documentários de Espanha, China, EUA, Suiça, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Irão, Républica Checa, França, Grécia, Índia, Noruega, Israel, Finlândia, Turquia e Líbano.
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"Há um conjunto enorme de proveniências e de temas tratados, mas todos acabam por desaguar de uma maneira ou de outra, nos temas [propostos pelo MDOC], identidade, memória e fronteira", sublinhou.
Com produção portuguesa serão exibidos em Melgaço, filmes como 'Trilogia dos Vales' de Nuno Alves e Filipe Barreiro, 'The Invisible Hands' de Hugo Santos, 'Territórios Ocupados' de José Vieira, 'Margot' de Catarina Alves Costa, 'As Maças Azuis' de Ricardo Leite, 'Astrakan 79' de Catarina Mourão e 'Cesária Évora' de Ana Sofia Fonseca.
Este último será exibido ao ar livre.
No que toca aos internacionais a concurso, destaque para 'All That Breathes' de Shaunak Sen, documentário nomeado para os Óscar este ano, ou 'Silent House' de Farnaz Jurabchian e Mohammadreza Jurabchian.
Entre as atividades do MDOC 2023, destacam-se uma masterclass de Maythem Ridha (Contos do Iraque - a interface híbrida entre realidade e ficção), e uma oficina do realizador Vítor Hugo Costa que desafiará os mais jovens "a desenvolverem projetos fílmicos com recurso a telemóvel".
A exposição central do festival será "Imagens de Uma Idade de Ouro: O Cinema Alemão dos Anos 10 aos Anos 30", que junta cartazes, fotografias de filmes e retratos de atrizes da Universum FilmAG, (sociedade de distribuição e produção alemã fundada em 1917).
Durante os próximos dias, decorrerão ainda o curso de verão 'Fora de Campo', dedicado ao cinema autobiográfico, e as residências cinematográfica e fotográfica 'Plano Frontal', que vão produzir quatro documentários e três projetos fotográficos sobre o território.
No âmbito do MDOC, decorre ainda a iniciativa 'Salto a Melgaço', uma programação intensiva com projeção de filmes, diálogo com os realizadores, visita às exposições, ao Museu de Cinema Jean-Loup Passek e ao Espaço Memória e Fronteira, destinada ao público que "não pode participar em todos os dias do evento".