Os autarcas alegam que não há condições para cumprir as regras impostas pela Direção-Geral da Saúde.
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Os 16 municípios do Algarve suspenderam a realização das feiras anuais até ao final do ano, por considerarem que não estão reunidas as condições para a sua concretização, devido à pandemia da Covid-19, foi anunciado esta terça-feira.
A decisão foi tomada numa reunião da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), organismo que agrega as 16 câmaras municipais do distrito de Faro, e anunciada em comunicado.
"A decisão será mantida pelo menos até ao final deste ano, até nova avaliação", lê-se na nota.
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Em declarações à TSF, o presidente da AMAL, António Pina, justifica a medida com a defesa da saúde pública. "Entendemos que não há condições. Estas feiras envolvem grandes aglomerações de pessoas. Mais vale avisar os feirantes e promotores para não ficarem na expetativa. A situação não se vai alterar daqui a uns meses. Não vale a pena arriscar", admite.
Assim, ficam suspensas as realizações das feiras anuais de Santa Iria (Faro), de São Miguel (Olhão), Feira da Praia (Vila Real de Santo António), de São Francisco (Tavira), de São Martinho (Portimão) e a Feira Franca (Lagos). A exceção é o município de Silves, uma vez que a feira está agendada para novembro e o concelho espera que a sitaução se altere.
De acordo com a AMAL, mesmo realizadas ao ar livre, as feiras teriam de obedecer a um conjunto de orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), mas os autarcas alegam "não haver condições para serem cumpridas", uma vez que estes eventos implicam uma grande concentração de pessoas naqueles espaços.
"O foco dos presidentes [das autarquias] continua centrado na proteção da saúde e bem-estar da população do Algarve", sublinha a AMAL.
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De acordo com o Governo, a partir do dia 15 de setembro, todo o continente português ficará em estado de contingência para que se possam definir as medidas necessárias para preparar o outono e o inverno.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 889.498 mortos e infetou mais de 27,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.843 pessoas das 60.507 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da DGS.