Museu de Arte Contemporânea de Belém: será este o nome do sucessor do Museu Colecção Berardo
O batismo foi anunciado pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém. Há nome, mas não há programação à vista "porque a peleja judicial ainda não está concluída". São as primeiras declarações públicas do gestor desde que o ministro da Cultura Pedro Adão e Silva denunciou o acordo entre o Estado e a Fundação Berardo.
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"Em princípio sim, é esse o batismo, é essa a designação que lhe demos." As palavras são do presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém, Elísio Summavielle, e referem-se ao Museu de Arte Contemporânea de Belém, nome pelo qual será, em princípio, conhecido o novo Museu Coleção Berardo.
E se o nome já se desenha no horizonte, este ainda não é o tempo para falar da programação. "Tomara eu já estar nessa fase", desabafa o gestor cultural que assegura desde já "diálogo e uma boa articulação" com o atual Museu do Chiado, cujo espólio que vai dos finais do século XIX a meados do século XX "é complementar" ao do futuro novo museu.
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Por ordem judicial e após a denúncia do protocolo anunciada pelo ministro da Cultura em maio, o gestor é o fiel depositário da Coleção Berardo. "Tenho de ter um dever de recato", explica Elísio Summavielle. "Houve duas providências cautelares que não foram aceites, a peleja judicial ainda não está concluída."
A três meses da coleção regressar à tutela da Fundação CCB, Elísio Summavielle lembra que só a 1 de janeiro se concretiza este cenário e que só depois se poderá constituir o novo Museu de Arte Contemporânea de Belém , que pode vir a albergar também a coleção Ellipse que pertenceu ao banqueiro João Rendeiro.
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"Prudentemente não estabelecerei calendários. Não posso confirmar que será a 1 ou a 30 de janeiro, mas a transição será feita, haverá uma comissão liquidatária e esse processo decorrerá em 2023".
Elísio Summavielle falou à margem da apresentação da programação da temporada 2022/2023 do CCB, cujo mote é "Um Chão Comum", que conta com 126 atividades culturais: 75 destas são espetáculos, com destaque para a ópera e para a dança, numa celebração também dos 30 anos do CCB.
Coleção tem obras de Miró, Picasso e Warhol
A criação de um museu de arte contemporânea está prevista no Orçamento do Estado para 2022 e deverá incluir também a Coleção Ellipse (arrestada no âmbito da falência do Banco Privado Português, que era liderado por João Rendeiro).
O espólio da Coleção Berardo inclui obras de artistas como Jean Dubuffet, Joan Miró, Yves Klein, Piet Mondrian, Duchamp, Picasso, Chagall e Andy Warhol, além de artistas portugueses como Rui Chafes, José Pedro Croft, Jorge Molder e Fernanda Fragateiro.