Trabalhadores da CGD estão em greve contra medidas que consideram injustas e prejudiciais para os trabalhadores com o novo acordo de empresa.
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Os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) cumprem esta sexta-feira um dia de greve contra a denúncia do Acordo de Empresa apresentado pela administração.
Os funcionários não aceitam as alterações que o banco presidido por Paulo Macedo quer introduzir para controlar os custos salariais dos seus funcionários.
João Lopes, dirigente do STEC - Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD - diz à TSF que esta greve pretende dar voz ao descontentamento e revolta dos trabalhadores.
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Centenas de pessoas responderam ao inquérito sobre o clima social da empresa e o resultado é um cenário "muito mais aterrador do que imaginávamos", alerta o socialista. "E a administração não quer ver a realidade. Na Caixa o rei vai nu."
O sindicalista explica que no novo acordo de empresa a Caixa quer limitar o montante anual dos créditos à habitação concedidos aos funcionários, o que consideram injusto.
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Em caso de encerramento de agências, a Caixa comprometia-se, até agora, a garantir um novo posto de trabalho dentro do concelho e no máximo a 40 quilómetros da residência. Isso vai acabar.
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Em final de julho, quando a CGD anunciou lucros de 194 milhões de euros relativos ao primeiro semestre deste ano, a administração do grupo bancário denunciou o acordo de empresa.
O banco quer mexer nas diuturnidades (compensação monetária por anos de serviço, pagas a cada cinco anos), nas condições de reforma e nos serviços sociais (que garantem cuidados de saúde).
Entre as mudanças que pretende está a eliminação das promoções por antiguidade e das anuidades, alterações ao regime das promoções por mérito e redução do número de categorias profissionais.
Depois da denúncia do acordo de empresa, a CGD e os sindicatos têm 18 meses para negociar um novo texto, devendo as novas regras entrarem em vigor em 2020.
No final de junho o grupo CGD tinha 7.903 empregados em Portugal.