Na paciência da pesca do atum de salto e vara, com binóculos à procura de aves
A pesca de cerco no Golfo da Guiné está a impedir a passagem de atum para as águas portuguesas do oceano Atlântico.
Corpo do artigo
Na Madeira, os pescadores ainda utilizam a técnica artesanal de salto e vara, que apesar de mais amiga do ambiente, acaba por não estar a ser rentável em termos económicos.
Os pescadores dizem que há menos peixe. É o que ouve a bióloga galega, que trabalha em Portugal nas pescas há largos anos, Raquel Tejerina, e que tem andado embarcada nos atuneiros portugueses, a observar a pesca do Atum, e que a TSF encontrou no Festival Rota do Atum, que se realiza no Porto Santo.
TSF\audio\2018\06\noticias\07\miguel_midoes_atum
A bióloga já esteve no Programa de Observação de Pescas nos Açores (POPA), já esteve no Norte de Portugal, no Algarve, e agora estuda os atuns ao largo da costa madeirense.
Começou a estudar os pequenos peixes e só depois passou ao Atum. Fica até outubro. Toda uma temporada de pesca. Por isso, grande parte do seu tempo é passado nos atuneiros, em alto mar, a observar o trabalho dos pescadores e a ouvir histórias.
No Festival Rota do Atum, no Hotel Vila Baleira, em Porto Santo, a bióloga vai mostrar o seu trabalho a bordo dos atuneiros, mas também deixa claro que quer mostrar que tipo de pesca é esta, ainda artesanal: uma pesca de salto e vara, desconhecida da grande parte dos portugueses, e até mesmo dos que vivem nas ilhas da Madeira e Porto Santo.
Traineira, alto mar, pescador e cana de pesca... nada mais.
Ao contrário disso, no Golfo da Guiné, as tecnologias são avançadas, a pesca é de cerco e os atuns passam a conta-gotas. De facto os pescadores madeirenses seguem para o mar, de binóculos, à procura de aves. Procuram as cagarras, que se alimentam do peixe, que por sua vez é o alimento dos atuns.