Nacionalizar para reinar? Mayan acusa João Ferreira de estar "preso no século XIX"
No frente a frente entre Tiago Mayan Gonçalves e João Ferreira, o liberal fala em "receita para o desastre" dos comunistas.
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Tiago Mayan Gonçalves acusa João Ferreira de estar preso no século XIX, "num mundo que não existe". No debate para as eleições presidenciais, entre o candidato da Iniciativa Liberal (IL) e o do PCP, o liberal afirmou que os comunistas querem "nacionalizar tudo".
Na TVI24, o candidato da IL acusa mesmo a "receita" de João Ferreira de ser um desastre. O comunista defendeu que a solução está no reforço da capacidade produtiva das empresas nacionais.
"Temos de atuar do lado da procura para desbloquear a oferta. Esta tem de ser uma oportunidade para enriquecermos e ampliarmos a capacidade produtiva nacional. Temos de associar a isto um plano de substituição de importações por produção nacional, associando a criação de emprego e a necessidade de recuperar para o controlo público empresas e setor estratégicos", explicou.
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Mayan Rodrigues notou que os comunistas dão primazia às nacionalizações. "Supor que Portugal está a adotar políticas liberais é risível. O João está preso no século XIX, num mundo que não existe. O João concebe o trabalho estruturado como era pensado no século XIX, não consegue conceber formas de trabalho distintas", aponta.
O candidato da IL diz que Estado asfixia as pequenas e médias empresas com "taxas e tachinhas". Já em relação ao apoio financeiro de Bruxelas para responder à crise, Mayan assume que é bem-vindo, mas aponta um modelo de investimento "para os cidadãos e empresas".
"Nós estamos a falar de um pacote de ajuda bastante volumoso, mas o que se ouve é a palavra "gastar". O que eu quero, e é onde eu me posiciono de forma muito diferente em relação ao João, é que esse dinheiro comece a ser imediatamente devolvido aos cidadãos e às empresas", explica.
João Ferreira quer "mais Estado" na banca
Questionado sobre o que fazer se surgir um novo BES em Portugal, João Ferreira diz que esta é uma boa altura para voltar a colocar o Estado no setor bancário.
"Temos de aproveitar esta situação, criada pela dominação da banca privada, para reconstituir a dominação do Estado neste setor. Nós não podemos pagar os desmandos de outros. Se o Estado paga, o Estado tem de ser dono", afirma o candidato comunista.
Mayan Gonçalves responde, ironicamente, que os comunistas querem sempre ajudar a banca. "A mim surpreende-me que o João queira sempre ajudar os bancos, mas a realidade é esta", garante, depois de afirmar que os depositantes "tem forma de garantir os depósitos" em caso de falência dos bancos.
As eleições presidenciais decorem a 24 de janeiro, com sete candidatos: Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes, João Ferreira, Marisa Matias, André Ventura, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva.
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