"Nada nos foi respondido." Federação Nacional dos Médicos convoca nova greve de dois dias
À TSF, a presidente da FNAM afirma que as medidas até agora propostas colocam "os doentes em risco e os médicos não aceitam".
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"Nada nos foi respondido até agora" e os "médicos não aceitam isto", defendeu esta segunda-feira, à TSF, Joana Bordalo e Sá, numa altura em que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acaba de convocar uma nova greve para os dias 14 e 15 de novembro.
"O protocolo negocial terminou e até agora não temos nenhuma medida concreta que entendemos que seja útil para o Serviço Nacional de Saúde", afirma a presidente da FNAM, sublinhando que as reuniões que agora têm existido são "medidas extraordinárias".
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Sobre a proposta de aumento salarial de 30% para todos os médicos, apresentada por Ricardo Mestre, secretário de Estado da Saúde, Joana Bordalo e Sá diz que "não é verdade" e que aquilo que o Governo está "a tentar impor é um regime de dedicação que não é exclusiva".
"[O Governo] quer que esse aumento seja sobretudo à custa de um suplemento e não à custa de aumento de um salário base", explica.
A organização sindical tem marcado para 11 de setembro uma nova reunião no Ministério da Saúde, mas já não acredita que as negociações possam chegar a bom porto.
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"Está a ser proposto a alteração dos descansos depois de um médico fazer uma noite (...), dos médicos aumentarem o horário extraordinário que fazem para 360 horas por ano, assim como aumentar a sua jornada de trabalho diária para nove ou dez horas (...). Nada disto vai melhorar as condições de trabalho dos médicos e vai colocar os doentes em risco e os médicos não aceitam", defende.
Considerando que "não há outra alternativa", o sindicato vai avançar com um protesto, numa caravana que vai do Porto a Lisboa e culmina com uma greve e manifestação nacional para todos os médicos. A FNAM espera ainda ir a Bruxelas para informar a Comissão Europeia "do que se passa em Portugal".