"Namorar com Flair Play": Um projeto para prevenir a violência

São voluntários selecionados pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), que começam hoje a ser formados em todo o País.

A ideia é que depois eles próprios dinamizem em escolas ou associações ações de prevenção sobre violência no namoro. Isabel Frade, técnica responsável pelo voluntariado no IPDJ de Faro, já tem encontrado de tudo nas escolas nas dinamizações que promovem. "Fazemos perguntas muito simples: 'se o teu namorado te der uma estalada achas normal?'"

audio TSF\audio\2017\12\noticias\14\maria_augusta_casaca_namorar_com_fair_play A repórter Maria Augusta Casaca foi conhecer o projeto "Namorar com Fair Play".

Isabel lembra-se de um local, na zona interior do país, em que os jovens responderam afirmativamente. "Aquela ideia da mulher submissa ainda existe", conclui. Mas se aparecem casos destes, há outros também em que os jovens rejeitam qualquer tipo de violência.

Catarina é uma das voluntárias que está a trabalhar no projeto "Namorar com Fair Play" desde o primeiro ano. Já trabalhou com jovens de bairros problemáticos mas também em muitas escolas. Costuma levar exemplos concretos para partir para a conversa. "Damos o exemplo da roupa. Muitos deles consideram que não é violência proibirem a namorada de usar uma minissaia ou um decote". E há jovens que fazem isso? "Infelizmente há imensos", garante Catarina.

A violência no namoro pode ser de vários tipos, não apenas física mas também financeira ou sexual. E se os rapazes apresentam mais casos de força física no namoro, as raparigas exercem igualmente outras formas de violência. "Ao controlar o telemóvel, ao quererem sempre saber onde está o namorado ou exigirem prendas", diz Catarina.

Isabel Frade já conhece bem os sinais e sabe detetar a existência de casos de violência no namoro numa turma. São casos que aparecem frequentemente, mas que os técnicos tentam trabalhar para que o namoro e o romance nunca se tornem amargos.

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