"Não dar paz ao Governo." Greve Climática Estudantil promete paralisar educação
A porta-voz da iniciativa defende que os processos na origem da demissão do primeiro-ministro só vêm dar razão ao protesto.
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A Greve Climática Estudantil promete parar escolas, universidades e instituições governamentais a partir desta segunda-feira e o coletivo de estudantes garante que não vai parar enquanto as suas reivindicações não forem ouvidas, independentemente de quem estiver a governar o país.
"Não estamos apenas a convocar uma onda de ocupações, mas também uma onda de ações. Ações fora das escolas também, fora deste espaço escolar, junto das instituições do Governo porque nós não temos tempo para continuar a repetir táticas que não estão a ser suficientes e que não nos estão a levar aos resultados que necessitamos. Portanto, não só universidades e escolas, mas também instituições do Governo, que é o que temos mostrado também agora com as ações que tivemos nos últimos meses, mas agora com muito mais intensidade para não dar paz ao Governo até que este se comprometa com o último inverno de gás", alerta na TSF Matilde Ventura, porta-voz da Greve Climática Estudantil.
Para Matilde Ventura, os processos na origem da demissão do primeiro-ministro, António Costa, só vêm dar razão à Greve Climática Estudantil.
"Este escândalo desta semana só prova aquilo que nós já sabíamos. Este sistema, fóssil, está-nos a falhar. Um sistema que põe lucros acima da vida até faz governos cair. Não são estas falsas soluções de transição que nos vão garantir um futuro. Portanto, este é um momento de abertura política. A quem aspirar a ser Governo agora, este é o momento para se chegar à frente também. Este é um momento de abertura, um momento de oportunidade. Estes são os temas que nós aceitamos, este é o termo a que a sociedade civil está a apelar, não só os estudantes. Quem aspirar a ser Governo agora está avisado de que estes são os termos de que precisamos e nós não vamos dar espaço nem a Governo que caiu nem ao próximo, nem a nenhum interesse de sistema fóssil até que estes termos, estas reivindicações sejam cumpridas", acrescentou a porta-voz.
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Os ativistas reivindicam o fim ao fóssil até 2030 e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025. Esta segunda-feira marca o arranque de novas ações da Greve Climática Estudantil que prometem parar escolas e instituições do Governo.