A 20 meses de acabar o programa de ajustamento, o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares defende que Portugal «precisa de terminar a tarefa que iniciou».
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Numa intervenção durante as jornadas parlamentares do PSD e do CDS-PP, na Assembleia da República, Miguel Relvas sustentou que, embora se assista a uma «crescente crispação em Portugal» e «a gritaria» tenha ocupado o debate público, não há «alternativa à austeridade e às reformas estruturais» do Governo.
«Faltam 20 meses para acabar o programa de ajustamento. Portugal precisa de terminar a tarefa que iniciou», afirmou Miguel Relvas, defendendo: «Fraquejar agora queria dizer que, na melhor das hipóteses, as instituições internacionais ficariam durante anos em Portugal. No pior cenário, adiávamos a cura da doença que arrastamos há demasiado tempo: a do atraso crónico, da inércia e da pobreza».
De acordo com o ministro, «a ideia de abandonar as políticas difíceis até pode ser sedutora», mas mesmo quem as contesta «sabe que não tem outra saída» e comporta-se como um doente que «vai pensando todo o tempo em evitar aquela medicação» indispensável para a sua cura, que exige «sacrifícios, paciência e disciplina».
Quanto ao impacto da austeridade, observou: «Temos consciência dos custos elevados para as famílias e da coragem com que os desempregados estão a suportar estes tempos difíceis».
O ministro concluiu o seu discurso afirmando que «Portugal nunca desiste facilmente» e apelando à «esperança e coragem» e à «ambição reformista» nestes 20 meses que faltam: «No final, teremos recuperado a nossa soberania financeira, teremos um Estado eficiente, teremos um país mais forte e uma sociedade mais saudável».
«O PS escolheu um caminho errado, que nos fez perder muito tempo. Durante anos, multiplicaram-se os megaprojetos», prosseguiu o ministro, responsabilizando os socialistas pela atual situação do país, que descreveu como de «dependência da generosidade alheia».
Segundo Miguel Relvas, o atual Governo, em contraste, «está a aplicar o programa de reformas mais extenso e mais ousado dos últimos 20 anos» e pretende redimensionar o Estado para «a dimensão adequada», que o país «possa sustentar com os recursos que possui».
O executivo está a «transformar profundamente» os setores da saúde, da justiça, da educação, do mercado laboral, da concorrência, da Segurança Social e da Administração Pública e essas reformas «terão forte impacto social e os seus frutos serão visíveis nos próximos anos, com a criação de emprego e de crescimento económico», alegou, destacando as alterações efetuadas na Administração local.
À semelhança do que têm afirmado outros membros do executivo e da maioria PSD/CDS-PP, Miguel Relvas defendeu que a redução da despesa pública é determinante para «a sobrevivência do Estado social», assim como o cumprimento do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) assinado com o Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia.