"Não é assustador, apenas impressionante." Português fotografa vulcão ativo na Islândia
Bruno Veiga é designer, mas a paixão é a Fotografia. A trabalhar na Islândia, esteve a poucos metros da lava, num cenário que, a princípio, não parecia real. À TSF, confessa que teve mais medo dos muitos tremores de terra das semanas anteriores do que propriamente de um vulcão "muito pequeno".
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Define-se como "um designer gráfico que gostava de ser fotógrafo", porque sempre achou "muito difícil" viver da Fotografia. A vida nunca lhe permitiu esse "luxo", mas, mesmo assim, Bruno não perde uma oportunidade para conseguir uma boa imagem.
Há cerca de dois meses, o trabalho levou-o para a Islândia, onde vai ficar nos próximos tempos. Neste tempo que já leva a viver na península de Reykjavik, a capital, tem tentado aproveitar todos os momentos para fotografar, já que, sobretudo no inverno, só é possível fazê-lo "duas vezes por mês".
O sol é raro mas, bem aproveitado, já lhe permitiu fotografar auroras boreais, glaciares - "das paisagens mais bonitas que eu já vi -, cascatas "enormes, gigantes, com volumes de água absurdos", por exemplo. Agora, "por sorte", surgiu a oportunidade de captar imagens de um vulcão em erupção.
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Um vulcão pequeno, "demasiado pequeno para um vulcão". Bruno Veiga calcula que tenha uns 30 metros de altura, qualquer coisa como um prédio de uns 5 ou 6 andares. O designer conta que esteve bem perto do vulcão: a 200 metros da caldeira e a três metros da lava que escorre pela encosta.
Ao primeiro olhar, parecia "falso". Não fossem alguns detalhes, e o fotógrafo nem acreditaria no que tinha diante dos olhos: o calor na cara, o cheiro no ar, e, principalmente, o som do magma e as pequenas explosões, que se "ouvem muito bem", fizeram-no tomar consciência da realidade.
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Chegar lá acima não foi nada fácil. Foi preciso percorrer a pé um trilho de quatro quilómetros, com rocha, subidas muito íngremes, chuva, neve e gelo, que tornavam o percurso muito escorregadio. Foi preciso "subir com pés e mãos, quase (...) para subirmos cinco metros, escorregamos 10 vezes!".
Vencida a dura caminhada, deu uso a todo o material que tinha: máquina digital, drone, telemóvel e até uma gopro. E, apesar da situação, confessa que em nenhum momento teve medo. Do vulcão, não. É "impressionante, mas não assustador".
Bem diferentes foram as semanas anteriores, com vários fortes sismos por dia, uma situação que anunciava a erupção. Desde o dia 24 de fevereiro, "tínhamos terramotos todos os dias". Uma semana antes, pararam. Poucos dias depois, a 19 de março, o vulcão entrou em atividade.