Festivais incluídos. Costa nega "qualquer exceção" à proibição de atividades em zonas florestais
O primeiro-ministro diz que são cada vez menos os autos levantados pelas autoridades por falhas na limpeza dos terrenos.
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O primeiro-ministro, António Costa, assegura que não irão existir exceções à proibição de atividades em zonas florestais, nas quais se incluem os festivais de verão, com o objetivo de prevenir incêndios. A garantia foi dada após uma visita à Companhia de Ataque Estendido da Unidade de Emergência da Proteção e Socorro estacionada na GNR de Viseu.
"Há uma proibição geral de qualquer atividade desenvolvida nas áreas florestais. Neste momento, o Ministério da Administração Interna está em contacto com as organizações desses eventos, para que as partes desses eventos que ocorrem em zonas florestais, não ocorram nessas zonas de forma a que não se ponha em perigo. Obviamente, não é possível, nestas circunstâncias, abrir qualquer exceção", referiu o primeiro-ministro, questionado diretamente sobre os festivais de verão.
O caminho passa pelo reajuste e relocalização das iniciativas, explicou. Festas, festivais e outras iniciativas previstas para as matas têm, assim, que mudar de local para cumprirem a lei.
O primeiro-ministro disse perceber "bem que para muitas pessoas, e sobretudo para setores que durante estes dois anos de pandemia estiveram impedidos de funcionar" esta é uma situação "muito dura", mas defendeu que "estas medidas são vitais para proteger a segurança" das pessoas que frequentam os eventos e os próprios territórios.
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Super Bock Super Rock em causa
A agência Lusa questionou a Câmara de Sesimbra, no distrito de Setúbal, sobre a realização do festival Super Bock Super Rock, na Aldeia do Meco, tendo em conta o estado de contingência em todo o país.
A autarquia indicou que se iniciou às 17h00 uma reunião da Proteção Civil Municipal sobre o assunto, remetendo uma resposta para mais tarde.
Mais um esforço
O primeiro-ministro pediu ainda a todos um esforço semelhante ao que foi feito com a pandemia. "Não é com máscaras, usando álcool, é não fazendo lume, não trabalhando com máquinas agrícolas, não fazendo os festivais e festas que se iam fazer, é preciso ter cuidado. Se soubemos ter [cuidado] para controlar a covid, temos que ter agora para controlar os incêndios", argumentou.
O primeiro-ministro insistiu que Portugal está hoje mais bem preparado para enfrentar as chamas do que nos grandes fogos de 2017, ainda assim defendeu que a população também tem de ajudar a reduzir o risco de incêndio.
A limpeza dos terrenos florestais, de acordo com António Costa, tem tido um crescimento positivo nos últimos anos: "Tem vindo a haver uma diminuição do número de autos levantados (...) As pessoas têm a noção que não estão a fazer um favor aos outros. Estão a fazer um favor a si próprias."
O primeiro-ministro encontrou-se com os vários dispositivos que trabalham na prevenção e combate aos incêndios, como os bombeiros ou a GNR.
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"Foi um dia muito intenso em que pudemos contactar todos aqueles que intervêm direta ou indiretamente no esforço de prevenção e de preparação para a necessidade de eventual combate a incêndios florestais", explica.
António Costa saiu com sensações positivas dos vários encontros. "Aquilo que eu senti de todos é uma consciência daquilo que vamos enfrentar nos próximos dias. Um trabalho muito articulado e muito coordenado", revela.
E voltou a pedir a ajuda de todos: "Todos somos poucos para enfrentar o desafio que temos pela frente. Todos juntos fazemos uma equipa muito forte. Mas esta equipa só funciona bem se todos nós nos juntarmos a ela. Todos somos agentes ativos na prevenção de incêndios"
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