Não é só "atirar dinheiro". É preciso reorganizar o SNS, defende Ordem dos Enfermeiros
Ana Rita Cavaco destaca investimento plurianual para a saúde, mas sublinha que é necessária uma reorganização do SNS.
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A Ordem dos Enfermeiros aplaude o reforço orçamental na saúde anunciado pelo Governo, em especial a programação plurianual de investimentos no montante global de 190 milhões de euros, mas deixa um alerta:
"Antes de atirarmos dinheiro para cima das coisas, temos de ver se, naquele que é o seu período normal, elas estão a funcionar bem."
Em declarações à TSF, Ana Rita Cavaco destaca o reforço do Programa Operacional da Saúde em 800 milhões como "uma medida positiva", mas defende que "tem de ser acompanhado de uma profunda organização do trabalho no SNS de forma diferente".
Para a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, "alguma coisa está mal na forma de organização do trabalho" em Portugal. Mais concretamente, faltam enfermeiros.
"Estamos num país onde há médicos acima da média da OCDE: cinco por cada mil habitantes (a média da OCDE são 3.3 por cada cinco habitantes) e enfermeiros a menos": 6.7 por cada mil enquanto a média nos países da OCDE é 8.8, nota.
"Para termos um SNS forte e para todos temos de ser criteriosos", destaca Marta Temido - em de estar focado nos doentes, não em cada uma das classes profissionais
O Programa Operacional da Saúde vai contar com um reforço orçamental de 800 milhões de euros, que já integra o orçamento de 2020. Está ainda previsto "um plano de investimentos plurianual de 190 milhões, para continuar a modernizar e requalificar a rede de hospitais e centros de saúde" e uma injeção de 550 milhões para redução de pagamentos em dívida a fornecedores.
Também entre 2020 e 2021 vão ser contactados 8.426 profissionais de saúde (entre médicos, enfermeiros, técnicos), anunciou Marta Temido.
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