Não é uma tenda qualquer: estas são as condições em que vivem milhões de refugiados e que agora pode conhecer em Portugal. Veja as imagens
Daqui a uns meses talvez venha a ser o porto seguro de alguém. Mas esta sexta-feira há uma tenda na capital que lembrar as pessoas da dura realidade destas pessoas deslocadas. Estão também expostas algumas fotografias de campos de refugiados, que acompanham uma experiência sensorial
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Não é uma tenda qualquer: o jardim em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, tem esta sexta-feira uma tenda familiar montada, uma iniciativa da Fundação Portugal com ACNUR para assinalar o dia Mundial do Refugiado, que pretende dar a conhecer o dia a dia destas pessoas deslocadas.
No fundo, a fundação criou uma amostra de um campo de refugiados, em frente ao Palácio de Belém: "[Nesta tenda] cabem seis pessoas, uma família normalmente. Aqui temos um kit de emergência com alguns essenciais, como um colchonete, que representa os colchonetes que damos às famílias." Quem o diz é a diretora nacional da Portugal com ACNUR, Soraya Ventura, durante a visita da TSF a esta tenda.
"Temos também kits de cozinha com algumas panelas e outros utensílios para cozinhar e um espaço que é protegido na tenda, para quando eles fazem fogo não queimar a tenda", acrescenta.
As tendas são para muitos refugiados uma casa temporária, que tenta acolher da melhor forma possível, faça chuva ou faça sol.
"Tudo é planeado para os dois tipos de clima: tanto inverno quanto verão. A própria tenda foi desenhada e articulada por engenheiros para ser esse tipo de tenda", adianta Soraya Ventura.
Talvez venha a ser o porto seguro de alguém daqui a uns meses. Mas esta sexta-feira está na capital para lembrar as pessoas desta realidade. Ao lado da tenda estão expostas algumas fotografias de campos de refugiados e há também uma experiência sensorial, como explica Francisco, um dos membros da ACNUR.
"Podemos ouvir o momento em que explode uma bomba, em que uma guerra começa. São esses barulhos assustadores que conseguimos ouvir nesta experiência e que leva para um mundo que não é nosso", explica.
"Achei os gritos assustadores", ouve-se uma das visitantes a dizer.
Pedro, que também acabou de ouvir a gravação, tem 14 anos. Apesar da tenra idade, já teve oportunidade de fazer amizade com um refugiado ucraniano.
"Temos um amigo que veio da Ucrânia para cá [Portugal]. Agora não sei para onde é que ele foi, mas naquele tempo ele estava um bocado sozinho a conhecer as pessoas cá em Portugal, porque ele tinha vindo da guerra lá na Ucrânia", partilha.
Portugal tinha mais de 70 mil refugiados em 2024. Soraya Ventura explica que, para estas pessoas, qualquer ajuda é preciosa.
Os 12 euros que às vezes talvez gasto numa pizza são três meses de ajuda escolar, por exemplo, para uma criança no Uganda.
A tenda pode ser visitada até às 19h00 desta sexta-feira, junto ao jardim de Belém, em Lisboa.
