"Não estamos em tempo de brincar." Germano de Sousa lamenta que Governo pressione DGS
Dono de grupo privado de laboratórios defende que a Fórmula 1 no Algarve, bem como outros eventos religiosos e políticos "não deveriam ter acontecido".
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Germano de Sousa, dono de um grupo privado de laboratórios, que tem estado em destaque devido à realização de testes serológicos e de diagnostico à Covid, defende uma maior intervenção dos privados no combate à pandemia e lamenta que a Direção geral da Saúde tenha sido, em determinados momentos, condicionada pelo poder político.
O antigo Bastonário da Ordem dos Médicos e patologista confessa que nesta altura não gostaria de estar na pele da Diretora Geral da Saúde. "Ela (Graça Freitas) viu-se confrontada com o poder político. Houve uma pressão política, o próprio governo não deveria ter intervindo" por exemplo, na realização do grande prémio de Fórmula 1 no Algarve ou em eventos religiosos e políticos que aconteceram e "se calhar não deveriam ter acontecido. A Dra. Graça Freitas deve ser mais apertada do que um torno aperta um pedaço de madeira".
Em declarações à TSF Germano de Sousa sublinha que o Serviço Nacional de Saúde deve contar com os privados, lembrando que "não podemos deixar a maior parte dos doentes não Covid para trás, se é possível aproveitar os privados, então aproveitemos, talvez não estejam preparados para receber doentes Covid, mas estão preparados para receber o resto. Não podemos ter, por exemplo, uma consulta de urologia com um atraso de mais de um ano".
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O médico patologista está convencido de que os privados não entraram até agora em força no combate à pandemia por uma questão ideológica. "Nós não estamos em tempo de brincar com este assunto. A saúde é muito mais importante do que a ideologia", afirma.
O grupo de laboratórios liderado por Germano de Sousa não tem tido paragem desde o início da pandemia. Nas últimas semanas em média são feitos, de norte a sul do país, cerca de 7 mil testes às Covid. Ainda assim, rejeita a ideia de que está a enriquecer à conta da Covid.
"Vou faturar mais do que o habitual porque também trabalhei muito mais do que o habitual. Não vou ficar rico, não vai dar para ir para as Bahamas passar férias", garante.
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